O filme O Exorcista: O Devoto chegou à Netflix no último sábado (12), reacendendo o debate sobre sua complexa trama e desfecho surpreendente. Lançado originalmente nos cinemas em 2023, o longa marca o início de uma nova trilogia dentro da clássica franquia do terror, trazendo novas famílias, novos demônios e um final carregado de simbolismo, sacrifício e possíveis ligações com os filmes anteriores.
A nova geração possuída e o clímax no exorcismo final
A trama gira em torno de Angela e Katherine, duas adolescentes possuídas por uma força demoníaca após um misterioso desaparecimento. Victor, pai de Angela, é o ponto de convergência entre as famílias quando decide buscar ajuda com Chris MacNeil, a mãe de Regan no filme original. Com a situação fugindo do controle, diversos personagens com diferentes crenças se reúnem para tentar libertar as garotas.
O exorcismo acontece na casa de Victor, transformada em cenário para o ritual. Com um padre hesitante, o comando do processo acaba nas mãos da enfermeira Ann, antiga aspirante a freira. Durante o ritual, o demônio impõe um dilema cruel: alguém deve escolher qual das duas meninas viverá. A decisão tomada por Tony, pai de Katherine, desencadeia o trágico resultado — Katherine morre, mesmo após ele pedir pela sua salvação. A escolha equivocada ecoa um erro anterior de Victor, evidenciando o caráter enganador da entidade demoníaca.
O passado de Victor e o segredo revelado
O filme reserva um momento de revelação importante ao retomar um trauma do passado de Victor. Durante um terremoto no Haiti, ele foi forçado a escolher entre salvar sua esposa grávida ou a filha ainda não nascida. Apesar do desejo da esposa de proteger a criança, Victor tentou salvá-la. A menina sobreviveu, mas a esposa faleceu. O demônio expõe esse segredo no exorcismo, transformando-o em uma culpa silenciosa que influenciou sua relação com Angela ao longo dos anos.
Essa revelação recontextualiza o comportamento superprotetor de Victor e introduz uma tensão latente entre pai e filha, que pode ganhar mais espaço nos próximos filmes da trilogia.
Katherine é levada para o inferno?
Enquanto Angela se recupera e retorna à sua vida, o destino de Katherine é bem mais sombrio. O longa sugere que a garota é arrastada para o inferno, em uma cena simbólica em que é puxada por mãos sobrenaturais em meio à escuridão. O desfecho deixa em aberto se Katherine poderá retornar de alguma forma nos próximos capítulos da franquia.
O retorno de Regan e o elo com o passado
Um dos momentos mais marcantes do final é o reencontro entre Regan e sua mãe, Chris MacNeil. Linda Blair, que interpretou Regan no clássico de 1973, faz uma aparição rápida, encerrando anos de silêncio sobre o paradeiro da personagem. A cena é breve, mas funciona como um gancho emocional que pode indicar uma maior participação de ambas no futuro da franquia.
A escolha por incluir Regan neste momento é também uma ponte entre a trilogia original e essa nova proposta, servindo como elemento de transição e ampliação do universo de O Exorcista.
Um novo demônio entra em cena
Apesar das semelhanças, o demônio que aterroriza Angela e Katherine não é Pazuzu, o mesmo da obra original. O diretor David Gordon Green confirmou que se trata de uma nova entidade demoníaca, ainda sem nome divulgado. Essa decisão abre espaço para a expansão da mitologia da série e para novas ameaças no decorrer da trilogia.
A presença desse novo “enganador” reforça o tom de manipulação espiritual do filme, especialmente no momento do sacrifício, e estabelece um novo tipo de ameaça para os próximos capítulos.
A bênção haitiana teve papel decisivo?
Uma questão deixada em aberto pelo filme é a influência de uma bênção espiritual realizada durante a gravidez de Angela. Nos momentos finais, flashes dessa bênção sugerem que ela pode ter protegido a menina durante o exorcismo. Embora o roteiro não confirme explicitamente essa relação, ele convida o público a refletir sobre o papel da fé e da espiritualidade no destino das personagens.
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