O magnata das armas Zsa-Zsa Korda, interpretado por Benicio del Toro, é o centro de O Esquema Fenício, novo longa de Wes Anderson. Ao longo da trama, o bilionário implacável enfrenta repetidas tentativas de assassinato, acidentes aéreos e até visões do além, enquanto tenta deixar um legado através de um ambicioso projeto de infraestrutura no Oriente Médio. Porém, mais do que a execução de seus negócios, a verdadeira jornada de Zsa-Zsa é a de confrontar sua própria moralidade, marcada pelo reencontro com a filha Liesl, uma noviça em formação que simboliza tudo o que ele nunca foi: ética, fé e altruísmo.
A revelação do verdadeiro vilão
Durante grande parte da história, paira a dúvida sobre quem estaria por trás das seguidas investidas contra a vida de Zsa-Zsa. O desfecho confirma as suspeitas mais evidentes: o responsável é seu meio-irmão, Nubar, vivido por Benedict Cumberbatch. A rivalidade entre eles é antiga e enraizada tanto em disputas de negócios quanto no amor por uma mesma mulher, a mãe de Liesl. O filme sugere que Nubar pode inclusive ser o pai biológico da jovem, mas não confirma a teoria. O embate final entre os dois irmãos mistura humor, exagero estilístico e brutalidade, culminando com a morte de Nubar, que representa também a vitória simbólica de Zsa-Zsa sobre seu lado mais sombrio.
A relação com Liesl e a questão da paternidade
Liesl, interpretada por Mia Threapleton, surge como um contraponto ético ao pai. Sua trajetória parte do desejo de se tornar freira até a constatação de que precisa assumir responsabilidades no mundo real. As dúvidas sobre sua origem biológica são constantes, já que a semelhança física com Nubar é ressaltada ao longo do filme. No entanto, a personagem afirma que não importa quem seja seu pai de sangue, pois reconhece em Zsa-Zsa, apesar de todos os erros, a figura paterna com quem decide reconstruir laços. Essa escolha reforça um dos temas centrais do longa: a família é definida menos pela genética e mais pelas escolhas morais e afetivas.
As visões do além e o julgamento divino
Em diversos momentos, Zsa-Zsa perde a consciência e se vê transportado a um espaço monocromático que funciona como uma espécie de tribunal celestial. Nessas visões, ele é confrontado por suas falecidas esposas, por anjos e pelo próprio Deus, que o lembra de suas falhas mais graves, entre elas o uso de trabalho escravo em seus empreendimentos. As experiências servem como marcos em sua jornada de transformação, já que, ao contrário do mundo dos negócios, ali não há barganha ou intimidação possíveis. O magnata precisa encarar a verdade sobre sua conduta e reconhecer que precisa mudar.
O sacrifício da fortuna
O ponto final da redenção de Zsa-Zsa ocorre quando ele decide financiar, com recursos próprios, a conclusão das obras de infraestrutura em Fenícia, abandonando as manobras para transferir a conta a investidores e aliados. Ao abrir mão da fortuna que o definia, o personagem reencontra uma vida mais simples, próxima da que teve na juventude, trabalhando na cozinha da propriedade da família. É uma escolha que sela sua evolução moral e solidifica a reconciliação com Liesl.
O significado do desfecho
O encerramento de O Esquema Fenício mistura ironia e esperança. Zsa-Zsa, que inicia a trama como um empresário cruel e incapaz de reconhecer limites, termina pobre, mas finalmente em paz. O magnata abre um restaurante ao lado da filha, afastando-se das sombras do poder e da violência.
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