A aclamada série Mr. Robot, criada por Sam Esmail, chega ao seu desfecho de forma ousada e emocionalmente profunda. Depois de quatro temporadas recheadas de reviravoltas, o final revela que muito do que o público acompanhou foi uma ilusão cuidadosamente construída dentro da mente fragmentada de seu protagonista, Elliot Alderson, vivido por Rami Malek.
O Elliot que conhecemos nunca foi o verdadeiro
Desde o início, Elliot Alderson se apresentou como um personagem excêntrico e intensamente perturbado. Vestindo seu icônico moletom com capuz, ele parecia mais um arquétipo de herói hacker do que um ser humano comum. Mas, como os episódios finais revelam, essa impressão não era apenas uma escolha estética: o Elliot que acompanhamos durante toda a série era, na verdade, uma personalidade alternativa. Conhecido como “O Mestre”, esse alter ego foi criado para proteger o verdadeiro Elliot das dores do passado e dar sentido a sua existência através da luta contra sistemas opressores.
O papel das múltiplas personalidades
O desfecho mergulha de forma definitiva na psique fragmentada de Elliot. Através de uma versão imaginária da terapeuta Krista Gordon, somos apresentados às diferentes personas que habitam sua mente: Mr. Robot (o protetor), Magda (a acusadora), o Elliot criança (o que sofreu), os espectadores (nós, a audiência) e, por fim, o próprio Mestre, a personalidade dominante durante a série.
Essa multiplicidade é explicada como resultado de um trauma profundo na infância. Após cair da janela de casa e ser abusado pelo pai, a mente de Elliot se fragmentou. Mr. Robot, que assume a aparência de seu pai falecido, surgiu como o primeiro protetor. Ao longo dos anos, outras personalidades se formaram para lidar com sentimentos de culpa, sofrimento e a necessidade de vigilância constante sobre o mundo à sua volta.
O universo paralelo que nunca foi real
Nos episódios finais, somos levados a acreditar que o plano da vilã Whiterose de criar um universo alternativo teve sucesso. Nesse novo mundo, Elliot tem uma vida perfeita: seus pais estão vivos e amorosos, ele está prestes a se casar com Angela e comanda uma empresa de sucesso. Porém, essa realidade logo se revela como uma fantasia interna, um espaço de segurança criado pelo Mestre para abrigar o verdadeiro Elliot — aquele que nunca tivemos a chance de conhecer.
A sequência de confrontos internos culmina em um diálogo revelador com Krista, onde o Mestre finalmente entende seu papel. Sua missão, ainda que motivada por amor, também o impediu de devolver ao verdadeiro Elliot o controle sobre sua própria vida. Com esse reconhecimento, o Mestre cede espaço e permite que Elliot enfim desperte.
Darlene, o elo com a realidade
Darlene, interpretada por Carly Chaikin, assume um papel crucial nesse desfecho. Ao contrário das figuras idealizadas que povoam a fantasia de Elliot, ela nunca esteve presente nesse mundo paralelo. Isso porque, como a própria série explica, Darlene é a âncora emocional mais forte do protagonista, a única capaz de fazer com que ele confronte a realidade.
Quando o Mestre acorda no hospital, é Darlene quem o recebe. O reencontro entre os irmãos não é apenas simbólico, mas essencial para que o protagonista aceite sua verdadeira identidade. Ao dizer “Olá, Elliot”, ela resgata não o alter ego que conhecemos, mas o homem por trás das máscaras — alguém que precisou ser salvo de si mesmo.
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