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Entenda o final de Lobisomem

O filme Lobisomem, que chegou ao catálogo do Prime Video na última quarta-feira (16), é uma releitura sombria e moderna do clássico monstro da Universal. Dirigido por Leigh Whannell, conhecido por sua visão renovada em O Homem Invisível (2020), o longa mistura drama familiar, horror psicológico e body horror em uma narrativa que, apesar de elementos sobrenaturais, mantém o foco na dinâmica entre pais e filhos.

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Blake é o centro do drama: da herança paterna à própria monstruosidade

Entenda o final de Lobisomem

Blake, interpretado por Christopher Abbott, é o protagonista e fio condutor da história. Desde a cena inicial, em um flashback ambientado em 1995, o espectador é transportado para um momento decisivo de sua infância: uma tensa caçada com seu pai Grady, em uma floresta remota do Oregon. O episódio estabelece a figura autoritária e paranoica do pai, e insinua a presença de um mal invisível, algo que marcará a trajetória de Blake dali em diante.

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Anos depois, já adulto, Blake retorna à antiga propriedade com sua esposa Charlotte (Julia Garner) e a filha Ginger (Matilda Firth), após ser informado oficialmente da morte do pai desaparecido. A ideia de reviver a natureza e restaurar laços familiares rapidamente se desfaz quando um misterioso ataque o fere — dando início à sua lenta e dolorosa transformação em um lobisomem.

O monstro revelado: a identidade do primeiro lobisomem

Entenda o final de Lobisomem

Um dos grandes mistérios do filme é a identidade da criatura que inicia toda a cadeia de eventos. A resposta chega de forma brutal e com um toque de ironia trágica: o lobisomem que atacou Blake é, na verdade, seu próprio pai. Essa revelação é feita por meio de um detalhe visual marcante — uma tatuagem no corpo da criatura que remete diretamente a Grady.

Grady, que no passado havia jurado caçar e destruir o mal presente na floresta, acabou infectado por aquilo que mais temia. A transformação dele em um monstro representa a falência de suas próprias crenças e métodos. A luta entre pai e filho, ambos em forma monstruosa, culmina com Blake matando Grady com uma mordida fatal. Mas o alívio é passageiro.

A perda da humanidade e o sacrifício final

Após eliminar o pai, Blake não retorna ao estado normal. Pelo contrário, sua condição se agrava. Aos poucos, ele perde completamente a capacidade de discernimento e se entrega aos instintos animais. Em um momento de puro terror corporal, chega a roer o próprio pé preso em uma armadilha para continuar sua perseguição.

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Charlotte e Ginger, em desespero, se refugiam no mesmo mirante de caça usado por Blake e Grady no início do filme. O ciclo se completa. Quando Blake finalmente aparece, ele já é irreconhecível — não mais um homem, mas uma criatura selvagem. No entanto, há um breve instante de consciência. Seu olhar revela um pedido silencioso de libertação. Charlotte entende e toma uma decisão difícil: atira e encerra a vida do marido.

Charlotte e Ginger: sobrevivência, trauma e recomeço

Ao contrário de muitos filmes de horror que terminam com uma nova ameaça ou uma reviravolta, Lobisomem opta por um final introspectivo. Charlotte e Ginger sobrevivem, mas não saem ilesas. O trauma emocional, a perda e o peso das decisões tomadas permanecerão com elas.

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O roteiro sugere que, apesar da dor, há uma possibilidade de reconstrução. As duas observam a beleza da natureza ao redor da cabana, lembrando o propósito inicial da viagem: reconectar-se com a vida longe da cidade. Essa imagem final dá um respiro ao espectador, indicando que, mesmo após enfrentar o pior, é possível seguir em frente.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.