O filme Joy, da Netflix, encerra sua trama de forma emocionante ao revelar como nasceu o primeiro bebê de fertilização in vitro (FIV) do mundo. Baseado em fatos reais, o longa acompanha a jornada de três cientistas britânicos que transformaram a medicina reprodutiva, enfrentando não apenas enormes barreiras científicas, mas também pressões sociais, religiosas e familiares.
Mais do que um relato científico, a produção destaca o preço humano pago por Jean Purdy, Bob Edwards e Patrick Steptoe, que lidaram com perseguições, críticas públicas e até ameaças. O sucesso que culminou no nascimento de Louise Brown não representou apenas um avanço médico, mas também um triunfo de resiliência e esperança.
O significado do nome “Joy”
O título do filme ganha força no desfecho, quando Bob revela que os pais da bebê pediram sugestões para o nome da filha. Ele propôs Joy como segundo nome, uma escolha que simboliza todo o caminho de dor, perseverança e conquistas que levou ao nascimento da criança.
Ao batizar a primeira bebê de FIV como Louise Joy Brown, o grupo deixou registrado que a realização de um sonho pode nascer da ciência, mesmo quando todos os obstáculos parecem insuperáveis.
Como a pesquisa finalmente avançou
Durante anos, Jean, Bob e Patrick colecionaram fracassos em seus experimentos. Em certo momento, Jean chegou a se afastar do projeto, especialmente após descobrir que o uso de parafina líquida estava prejudicando os resultados.
O avanço definitivo veio quando Jean sugeriu observar o ciclo menstrual natural das pacientes para coletar os óvulos, eliminando a variável que impedia a aceitação dos embriões. Essa percepção simples, porém decisiva, solucionou o impasse e abriu caminho para o primeiro sucesso.
A motivação pessoal de Jean
O longa também revela a dimensão íntima da dedicação de Jean. Diagnosticada com endometriose severa, ela sabia que nunca poderia se beneficiar da técnica que ajudava a desenvolver. A descoberta confere um peso trágico à sua luta, já que, mesmo sem perspectiva de ter filhos, ela se empenhou em oferecer essa possibilidade a outras mulheres.
Essa revelação explica a força com que Jean enfrentou não apenas as dificuldades no laboratório, mas também o julgamento da mãe, da igreja e da comunidade, que a viam como pecadora por desafiar a ordem natural.
A relação com a mãe e o retorno à pesquisa
A ligação entre Jean e sua mãe, Gladys May, é um dos pontos mais delicados do filme. A mãe nunca aprovou os estudos da filha, chegando a rejeitá-la em casa. No entanto, em seus últimos dias de vida, Gladys deixou escapar que não via em Jean motivo de arrependimento. Esse gesto, ainda que sutil, foi interpretado como uma espécie de bênção, permitindo que a cientista retornasse ao laboratório após a morte da mãe.
O legado de Jean, Bob e Patrick
Após o nascimento de Louise Brown em 1978, os três pesquisadores seguiram trabalhando para tornar a FIV mais acessível. Com a criação da clínica Bourn Hall, em Cambridge, Jean assumiu o papel de diretora técnica e ajudou a consolidar o primeiro centro especializado em reprodução assistida do mundo.
Embora seu nome tenha demorado a ser reconhecido oficialmente, Jean Purdy foi peça essencial para que a medicina reprodutiva alcançasse milhões de famílias. O filme encerra destacando justamente essa contribuição, que por muitos anos ficou à sombra de seus colegas homens.
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