O longa Desconhecidos surgiu de forma discreta, exibido inicialmente em poucos cinemas dos Estados Unidos, mas logo conquistou a crítica especializada e se tornou um dos thrillers mais comentados de 2024. Dirigido e roteirizado por JT Mollner, o filme chamou a atenção por sua narrativa não linear, que mistura tensão psicológica, violência gráfica e momentos de humor ácido. Com Willa Fitzgerald e Kyle Gallner nos papéis principais, a obra ganha destaque por inverter constantemente as expectativas do público e por apresentar um desfecho que permanece na mente de quem assiste.
A história e a inversão de papéis
O enredo acompanha o que, à primeira vista, parece ser um encontro casual entre uma jovem misteriosa e um homem sedutor. A princípio, tudo leva a crer que o personagem de Gallner, chamado apenas de O Demônio, é o assassino da trama. No entanto, a montagem em capítulos fora de ordem revela, pouco a pouco, que a verdadeira vilã é A Dama, interpretada por Fitzgerald. Conhecida como a temida assassina apelidada de Electric Lady, ela seduz suas vítimas, usa drogas para dominá-las e, em seguida, inicia um ritual de tortura e morte.
O jogo da perseguição
O filme se constrói como um constante embate entre caça e caçador. Em uma das viradas mais significativas, O Demônio descobre que foi drogado e quase morto pela protagonista e passa a persegui-la violentamente. O embate se intensifica quando A Dama invade a casa de um casal excêntrico, Frederick e Genevieve, que vivem isolados. O encontro termina em tragédia, com a morte de Frederick e a fuga de Genevieve, que mais tarde desempenhará um papel crucial no desfecho.
O epílogo e a revelação final
Apesar de contar sua história em ordem não cronológica, Desconhecidos encerra com uma conclusão linear, apresentada como um epílogo surpresa. Depois de matar O Demônio, A Dama engana dois policiais que chegam ao local, passando-se por vítima. Durante o trajeto de volta à cidade, Genevieve reaparece e reconhece a assassina, mas é morta a sangue frio. Pouco depois, A Dama elimina também um dos agentes, antes de tentar escapar pedindo carona. É nesse momento que ocorre a virada definitiva: ao tentar atacar o motorista que a socorre, ela é surpreendida e fatalmente baleada. A cena final, prolongada e silenciosa, mostra a vida deixando o corpo da personagem, com a imagem lentamente se transformando em preto e branco.
A complexidade da assassina
O impacto do final vai além da violência. Embora A Dama seja uma serial killer impiedosa, o filme sugere que suas ações estão ligadas a distúrbios de percepção, já que em alguns momentos ela afirma enxergar demônios em vez de pessoas. Esse detalhe dá camadas adicionais à personagem, criando um dilema moral para o público: mesmo reconhecendo sua monstruosidade, o espectador é forçado a assistir sua morte de maneira intimista e quase compassiva.
O pós-créditos e a conexão com o mito
Uma curiosidade está na cena de áudio após os créditos. O espectador ouve um trecho de podcast sobre teorias da conspiração envolvendo o lendário Pé Grande. Essa escolha não é apenas um recurso estilístico: insinua que os crimes da Electric Lady podem ter alimentado rumores de que criaturas sobrenaturais eram responsáveis pelas mortes na região. Mais do que uma resposta definitiva, trata-se de um comentário irônico sobre como a violência pode gerar mitos populares.
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