A minissérie Cortina de Fumaça, produção original da Apple TV+, chegou ao fim entregando um desfecho intenso, marcado por revelações e consequências inevitáveis. Inspirada livremente em uma investigação real de incêndios criminosos, a trama acompanhou Dave Gudsen (Taron Egerton), investigador que, ao mesmo tempo em que buscava resolver os casos, escondia ser o próprio incendiário responsável por parte dos crimes. A tensão entre ele e a detetive Michelle Calderone (Jurnee Smollett) conduziu o enredo até a explosiva conclusão no oitavo episódio.
O colapso de Dave Gudsen
Durante toda a temporada, Dave transitou entre múltiplas máscaras: o profissional dedicado, o parceiro confiável e o criminoso habilidoso. No entanto, sua autoconfiança ruiu quando Michelle passou a conectar as peças do quebra-cabeça. No episódio final, o personagem tentou manipular a situação ao investigar um novo incêndio ao lado da própria inimiga, mas acabou se colocando em uma armadilha. O encontro no meio de um incêndio florestal resultou em um confronto físico, no qual Michelle conseguiu virar o jogo e levá-lo sob custódia.
Embora não houvesse provas diretas ligando Dave a todos os incêndios, seu comportamento violento permitiu que fosse acusado de crimes graves, como tentativa de homicídio e agressão.
Michelle entre a justiça e a culpa
Se por um lado Michelle representava o contraponto moral da narrativa, por outro ela também carregava seus próprios segredos. Após a morte acidental de Burke, seu colega e ex-amante, a detetive incendiou a casa dele para encobrir o ocorrido, tentando incriminar Dave no processo. Esse dilema moral a perseguiu até o último episódio, transformando sua busca por justiça em um processo de redenção pessoal.
A cena em que prende Dave, debaixo de uma chuva intensa, simboliza não apenas o fim de uma caçada, mas também um momento de purificação, em que Michelle evita ultrapassar um limite sem volta.
As provas que consolidam a acusação
Enquanto Michelle enfrentava o suspeito no interrogatório, foram Esposito (John Leguizamo) e Hudson (Dawn Hudson) que encontraram as evidências concretas. Dentro do carro de Dave estava o disfarce utilizado em um dos ataques, além de detalhes comprometedores em seu próprio manuscrito. O livro escrito por ele, com passagens que revelavam informações nunca divulgadas sobre os incêndios, funcionou como uma confissão velada, desmontando sua narrativa de inocência.
A desconstrução da identidade
O momento mais simbólico do desfecho não veio das acusações formais, mas da forma como Dave foi forçado a se confrontar. Ao se ver refletido, imaginou uma versão mais velha e decadente de si mesmo, revelando que sua identidade construída como investigador heroico não passava de uma fachada. Essa transformação visual evidenciou o vazio por trás da máscara de autoconfiança e o expôs como um homem corroído pela própria mentira.
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