O novo thriller alemão da Netflix, Brick, dirigido por Philip Koch, surpreende ao misturar ficção científica claustrofóbica com drama psicológico e críticas à tecnologia de vigilância. Com uma trama cheia de mistério, tensão e reviravoltas, o filme acompanha o casal Tim e Olivia em uma situação extrema: eles acordam em um apartamento completamente lacrado por uma parede negra inexplicável. Mas o que realmente aconteceu no final do filme? E qual é o verdadeiro significado por trás daquela parede?
O cerco invisível: o que é a parede?
O ponto central do enredo gira em torno da misteriosa parede preta que cerca o prédio. Não se trata de uma construção comum, mas de uma estrutura de nanotecnologia desenvolvida por uma empresa de defesa chamada Epsilon Nanodefense. O sistema foi criado para proteger espaços contra ataques químicos, biológicos e nucleares. No entanto, após um incêndio nas instalações da empresa, essa barreira de segurança foi ativada por engano — ou, como alguns personagens acreditam, de forma proposital.
Yuri, um dos vizinhos presos no prédio, acredita que a parede é uma resposta legítima a uma ameaça externa, enquanto Anton, seu falecido amigo e programador da Epsilon, suspeitava de uma falha no sistema provocada pelo incêndio. Essa divergência é o que dá o tom paranoico ao filme e alimenta os conflitos entre os personagens.
O papel das câmeras: vigilância ou distração?
Durante a tentativa de fuga, Tim e Olivia descobrem que o prédio possui câmeras escondidas nos detectores de fumaça. Em um primeiro momento, a suspeita é de que o sistema de vigilância esteja ligado ao funcionamento da parede. No entanto, descobre-se que elas foram instaladas pelo senhorio, Mr. Friedman, apenas para espionar os inquilinos. A revelação funciona como um comentário sobre a invasão de privacidade moderna, mas, narrativamente, serve mais como uma distração do mistério principal.
Caminhos fechados e mortes brutais
À medida que tentam escapar, os personagens enfrentam não apenas a parede, mas também o desespero, a paranoia e a violência entre si. Mortes violentas ocorrem ao longo da trama, algumas causadas pela própria parede, como no caso do senhorio, cujas mãos foram cortadas ao tentar atravessar a estrutura de forma errada. Outras são resultado direto da tensão crescente, como o assassinato de Anton por Yuri, motivado pelo medo do mundo exterior.
A parede, por sua vez, age de forma quase consciente. Ao utilizar um código incorreto, ela se transforma momentaneamente em uma espécie de portal letal: o corpo de quem tenta atravessar é absorvido e cortado, numa cena especialmente gráfica com a personagem Ana.
A fuga e a grande revelação
Ao final, restam apenas Tim e Olivia. Com base nas gravações feitas por Anton e utilizando seus próprios conhecimentos de programação, Tim consegue recriar o aplicativo capaz de abrir a parede, que reage a um padrão de luzes. Quando Yuri reaparece para impedir a fuga, Olivia toma a frente e o elimina com um golpe de marreta. O casal, então, consegue sair pela antiga saída de emergência que leva ao túnel do metrô.
O que eles encontram do lado de fora é ainda mais perturbador: todos os edifícios da cidade estão cercados pela mesma parede negra. As ruas estão desertas e o silêncio é absoluto. É nesse momento que o rádio do carro traz a peça final do quebra-cabeça: a ativação da parede foi, de fato, uma falha do sistema de defesa da Epsilon Nanodefense, causada pelo incêndio. A possibilidade de sabotagem não é descartada, mas também não é confirmada.
Afinal, o mundo estava em perigo?
A resposta é: não. O mundo exterior não estava contaminado, tampouco sob ataque. A ameaça era, na verdade, o próprio sistema de proteção descontrolado, ativado sem motivo aparente. A tragédia do filme é construída justamente sobre a ilusão do perigo externo e sobre como o medo pode levar à violência, ao isolamento e à perda da razão.
Tim e Olivia optam por seguir viagem, deixando para trás a cidade sitiada. A decisão de não olhar para trás é simbólica: depois de tantos traumas, não há mais espaço para tentativas de conserto ou salvação coletiva. Eles escolhem sobreviver.
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