O filme Blitz, dirigido por Steve McQueen e lançado pela Apple TV+, mergulha em um dos períodos mais sombrios da Segunda Guerra Mundial. O diretor, vencedor do Oscar por 12 Anos de Escravidão, recria a atmosfera dos ataques aéreos alemães que devastaram Londres entre 1940 e 1941, conhecidos como The Blitz.
No centro da narrativa está George, interpretado por Elliott Heffernan, um garoto enviado pela mãe, Rita, para o interior com o objetivo de protegê-lo das bombas. Inconformado com a separação, ele decide abandonar o trem e iniciar uma perigosa jornada de volta para casa. A partir dessa premissa, McQueen constrói uma trama que mistura drama familiar, crítica social e um olhar sensível sobre os horrores da guerra.
O reencontro de George e Rita
O desfecho da história coloca George diante dos maiores riscos de sua travessia. Já em Londres, o garoto se refugia no metrô junto a outros sobreviventes, mas os bombardeios causam o alagamento do local, obrigando todos a fugir para as ruas em meio às explosões.
Apesar do caos, George sobrevive à noite e, ao amanhecer, testemunha a destruição deixada pelas bombas. Entre escombros e equipes de resgate, ele finalmente reencontra Rita, dias após a separação forçada. A alegria da reunião é atravessada pela dor, já que o avô do menino não resiste aos ataques. O final, assim, equilibra esperança e luto, traduzindo o impacto real da guerra nas famílias.
A inspiração histórica por trás da trama
Embora George e Rita sejam personagens fictícios, suas experiências se apoiam em fatos reais. Durante o período dos bombardeios, mais de 800 mil crianças foram evacuadas do Reino Unido, numa tentativa de protegê-las da ofensiva aérea alemã.
McQueen revelou que a criação do protagonista foi inspirada em uma fotografia de época que mostrava um menino sozinho em uma estação de metrô. A imagem despertou no diretor o desejo de retratar aquele momento histórico pelos olhos de uma criança, oferecendo ao público uma perspectiva íntima e ao mesmo tempo universal.
A ausência do pai de George
Um ponto que levanta questionamentos no filme é a ausência do pai de George. Em uma cena de flashback, o público descobre que ele foi vítima de racismo ao sair de um clube com Rita. Após uma briga instigada por homens brancos, a polícia o prende, deixando implícito que sua ausência durante a guerra está ligada a essa injustiça. Essa escolha narrativa reforça o olhar crítico de McQueen sobre questões sociais que se entrelaçam à memória histórica.
A vida durante os bombardeios
Mais do que contar uma única história, Blitz funciona como um mosaico sobre a vida em Londres durante os ataques. Ao longo da caminhada de George, o espectador acompanha encontros com policiais, grupos de saqueadores e cidadãos que se refugiam no subterrâneo para sobreviver.
Paralelamente, Rita representa a experiência das mulheres naquele contexto. Com os homens enviados ao front, ela assume o trabalho em uma fábrica, enfrentando tanto a sobrecarga da maternidade quanto o machismo no ambiente profissional. Sua luta por condições mínimas de sobrevivência, como a abertura do metrô para abrigar civis, espelha as batalhas silenciosas travadas longe das trincheiras.
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