A trajetória de Carrie Bradshaw chegou ao fim. Com o último episódio da terceira temporada, exibido em duas partes, And Just Like That encerrou definitivamente a história iniciada em Sex and the City em 1998. A decisão foi confirmada pelo showrunner Michael Patrick King, que anunciou que não haverá novos capítulos após esse desfecho. O episódio final, intitulado Party of One, amarra os principais arcos das protagonistas, mas também abre espaço para reflexões sobre amizade, escolhas pessoais e o valor da independência.
Carrie Bradshaw e a solidão como escolha
Carrie sempre foi o coração da narrativa, e no episódio derradeiro ela finalmente encontra uma resposta para a questão que a acompanhou por quase três décadas: é possível ser feliz sozinha? Depois de relações intensas com Big, Aidan e até a breve tentativa com Duncan, a escritora percebe que não precisa de um par romântico para se sentir completa.
A cena em que Carrie almoça sozinha em um restaurante futurista simboliza essa virada. Ainda que todos ao redor sugiram que estar só seja um fracasso, ela redefine o conceito e entende que o final feliz pode ser apenas consigo mesma. Ao passar o Dia de Ação de Graças distribuindo tortas aos amigos, ela mostra que a ausência de um companheiro não significa isolamento.
No momento final, diante do computador, Carrie reescreve o epílogo de seu livro para refletir sua nova visão: o relacionamento mais duradouro e transformador é aquele que temos conosco.
Miranda e o desastre do jantar de Ação de Graças
Se Carrie encerra sua jornada em tom de autoconhecimento, Miranda protagoniza o episódio mais caótico do fim da série. Decidida a celebrar uma nova fase de vida ao lado da namorada Joy, ela organiza um jantar de Ação de Graças que acaba em completo desastre. Com convidados improváveis, uma ave mal assada e até problemas no encanamento, a noite se transforma em uma das situações mais constrangedoras já vistas no universo de Sex and the City.
Apesar disso, Miranda mostra maturidade e resiliência. Ao contrário da mulher combativa que muitas vezes entrava em conflito com as amigas, aqui ela lida com os imprevistos de forma serena. E, ao fim, sua prioridade não é a festa arruinada, mas o relacionamento saudável que constrói com Joy. A série deixa claro que, mesmo em meio ao caos, Miranda alcançou uma paz que sempre lhe escapava.
O olhar sobre o casamento
Outro ponto importante do desfecho é a reflexão coletiva das personagens sobre o casamento. Em um desfile de noivas, Carrie, Seema, Charlotte e LTW conversam sobre o que significa, de fato, o “felizes para sempre”.
Seema enfrenta o dilema de estar com um parceiro que rejeita a ideia formal do matrimônio, mas encontra satisfação em uma relação autêntica, mesmo sem o ritual. Charlotte e LTW, já em uniões de longa duração, reconhecem as dificuldades cotidianas, mas também reafirmam a escolha que fizeram. Essas discussões mostram que o casamento, para cada uma, possui significados diferentes, e que a realização não depende de fórmulas prontas.
Sobre Sex and the City
Sex and the City é uma série de televisão norte-americana criada por Darren Star e baseada no livro homônimo de Candace Bushnell. Transmitida originalmente pela HBO entre 1998 e 2004, a série acompanha a vida e os relacionamentos de quatro mulheres vivendo em Nova York: Carrie Bradshaw, Charlotte York, Miranda Hobbes e Samantha Jones.
Ao longo das suas seis temporadas, Sex and the City recebeu cinquenta indicações ao Emmy, se destacando principalmente pela forma moderna de abordar questões como sexo, moda e feminismo.