Amizade Desfeita, lançado em 2015, marcou o cinema de terror ao consolidar o chamado screenlife, subgênero em que toda a narrativa se passa por meio de telas de computadores e celulares. A proposta parecia simples, mas revelou-se um terreno fértil para explorar temas como cyberbullying, exposição digital e vingança. Produzido por Timur Bekmambetov, o longa acompanha um grupo de adolescentes conectados em uma chamada pelo Skype que, aos poucos, percebem a presença de um intruso: a conta de uma colega morta um ano antes.
A vítima em questão é Laura Barns, estudante que se tornou alvo de humilhações após ter um vídeo constrangedor compartilhado na internet. O assédio virtual a levou ao suicídio, mas sua história não termina aí. No aniversário de sua morte, a jovem retorna em forma de entidade sobrenatural, determinada a expor segredos e punir aqueles que a atormentaram.
A presença de Laura Barns
O coração da trama é a figura de Laura. Antes popular e próxima da protagonista Blaire, a jovem foi abandonada por seus amigos justamente quando mais precisava. A revelação de que o perfil misterioso na chamada é dela traz um peso emocional extra à narrativa. Diferente de outros filmes de terror em que a ameaça é arbitrária, aqui o fantasma está intimamente ligado ao passado dos personagens. Cada revelação, cada humilhação, carrega o eco das escolhas cruéis que tiveram consequências fatais.
Segredos expostos pelo jogo mortal
Ao longo da noite, a entidade obriga o grupo a participar de desafios e jogos perversos. O mais marcante é a versão virtual de “Eu Nunca”, que escancara segredos inconfessáveis. Traições amorosas, roubos, mentiras e até crimes mais graves vêm à tona. A dinâmica corrói a confiança entre os amigos e deixa claro que nenhum deles é inocente.
Esse mecanismo narrativo transforma a própria tecnologia em arma. Impressoras, vídeos e redes sociais se tornam instrumentos de tortura psicológica, aumentando a sensação de claustrofobia e inevitabilidade.
O destino de cada personagem
As mortes se sucedem de forma brutal, mas não gratuita. Cada ato de violência parece ecoar a falha moral do personagem atingido. Ken é o primeiro a sucumbir, seguido por Adam e Jess, que caem após revelações devastadoras. Mitch, namorado de Blaire, também não escapa, especialmente depois de ser traído pela própria parceira.
A protagonista, que aparentava ser a mais empática do grupo, se revela no fim como a maior responsável pela tragédia. É ela quem filmou o vídeo que arruinou a vida de Laura. Esse detalhe não apenas justifica a fúria da entidade, como também coloca Blaire no centro da vingança.
O desfecho sombrio
No clímax, Blaire tenta implorar perdão, mas já é tarde demais. Laura expõe publicamente o vídeo original em sua rede social, revelando a traição para todos. Os comentários de ódio se multiplicam na tela enquanto Blaire é consumida pelo mesmo tipo de humilhação que ajudou a espalhar. A cena final mostra o laptop sendo fechado e a aparição do espírito de Laura atacando a protagonista.
Esse encerramento se diferencia dos demais assassinatos do filme: em vez de mostrar explicitamente a morte, opta por um desfecho mais sugestivo, reforçando a atmosfera de vingança e o impacto moral da história.
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