Entenda o final de A Verdadeira Dor

A Verdadeira Dor é um drama cômico dirigido, escrito e estrelado por Jesse Eisenberg, que também interpreta David Kaplan, um homem reservado e ansioso. Ao seu lado, Kieran Culkin vive Benji, seu primo carismático e problemático. A trama acompanha os dois em uma viagem à Polônia, em um tour que passa por locais ligados ao Holocausto, além da casa onde a avó deles viveu antes de emigrar.

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A visita à casa da avó

Entenda o final de A Verdadeira Dor

Durante a viagem, David e Benji se separam do grupo para visitar o antigo lar da avó em Krasnystaw. A expectativa de encontrar algum traço significativo da história da família, porém, se desfaz diante da simplicidade do lugar. Benji relembra um episódio marcante de infância, quando a avó lhe deu um tapa, lembrança que ele interpreta como um gesto de amor e firmeza.

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David decide deixar uma pedra na soleira da casa, inspirado na tradição judaica de homenagear os mortos. O gesto chama a atenção de um vizinho que, por meio do filho tradutor, pede para retirarem as pedras, alegando que poderiam causar acidentes para a senhora que hoje mora no local. Mais uma vez, o filme mostra que a busca por closure raramente entrega as respostas esperadas.

O peso da relação entre David e Benji

A viagem também serve para expor a fragilidade da relação dos primos. Quando jovens, eram inseparáveis, mas a vida adulta os afastou. David construiu família e carreira, enquanto Benji enfrentou crises pessoais e uma tentativa de suicídio meses antes da viagem. Esse trauma marcou profundamente David, que carrega a imagem do primo desacordado após a overdose e tem dificuldade em lidar com o medo constante de perdê-lo.

A jornada na Polônia aproxima os dois novamente, mas não resolve todas as feridas. O abraço emocionado no fim da viagem é tanto um gesto de afeto quanto um lembrete de que ainda há muito a ser superado.

A transformação do tour

Um dos pontos centrais do filme está no impacto que Benji causa na condução das visitas históricas. Durante o passeio, ele critica a forma como o guia, James, apresenta o Holocausto como uma sucessão de dados e estatísticas, sem espaço para emoção.

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No campo de concentração de Majdanek, James decide mudar a abordagem e oferece um momento de silêncio e contemplação em vez de despejar informações. Ele agradece a Benji pela franqueza, reconhecendo que sua perspectiva mudou a forma como guiará futuros grupos. Essa passagem reforça como até mesmo uma figura instável pode provocar reflexões importantes.

O final enigmático no aeroporto

Entenda o final de A Verdadeira Dor

De volta a Nova York, David convida o primo para jantar com sua família e oferece uma carona. Benji recusa os dois convites, prefere ficar no aeroporto e se senta sozinho, observando os estranhos ao redor. A câmera fecha em seu rosto, exibindo uma expressão indecifrável, nem feliz nem triste, apenas suspensa no vazio.

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A cena dialoga com o início do filme, que também mostra Benji no aeroporto horas antes do voo. O desfecho sugere que ele ainda se sente deslocado e em busca de rumo. Alguns interpretam que Benji poderia estar sem lar fixo, vivendo de forma errante, enquanto outros veem ali apenas um momento de pausa, uma tentativa de processar a experiência intensa que viveu na Polônia.

O sentido de uma dor sem resolução

O título do filme ganha força no final. Não há um grande momento de transformação ou revelação para os personagens. David volta para sua vida estruturada, Benji permanece sem respostas claras. A “verdadeira dor” está em reconhecer que algumas feridas emocionais não se resolvem de imediato e que encontrar um caminho exige tempo, tentativa e, muitas vezes, fracasso.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.