Entenda o final de A Longa Marcha

A Longa Marcha é a mais recente adaptação de um livro de Stephen King, publicado originalmente em 1979 sob o pseudônimo Richard Bachman. A história se passa em um futuro distópico e apresenta uma competição cruel em que cinquenta jovens precisam caminhar sem parar, sob pena de serem executados caso desistam. No fim, apenas um sobrevive e tem o direito de realizar um desejo.

O filme, estrelado por Cooper Hoffman e David Jonsson, chegou aos cinemas como uma das adaptações mais elogiadas de King, chamando atenção tanto pela intensidade dramática quanto pelas diferenças em relação ao desfecho original do livro.

O jogo mortal e seus participantes

Entenda o final de A Longa Marcha

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Na trama, cada competidor representa um estado dos Estados Unidos e, ao longo da caminhada, suas histórias pessoais vão sendo reveladas. Entre eles, destacam-se Ray Garraty, o protagonista, e Peter McVries, que se torna seu principal aliado. Há também Stebbins, personagem enigmático que mais tarde revela ser filho ilegítimo do Major, a figura que comanda a competição.

O percurso é marcado por mortes brutais, cada uma refletindo as limitações físicas ou emocionais dos participantes. O sofrimento é constante e inevitável, já que a regra é clara: parar significa morrer.

As diferenças entre livro e filme

Enquanto o livro acompanha Ray de maneira mais intimista, terminando com sua vitória em meio a uma atmosfera sombria, o filme toma outro rumo. Na obra original, McVries desiste antes da reta final, e Ray derrota Stebbins em um clímax que reforça a natureza desesperadora da competição.

Já no cinema, a história é alterada para que o último sobrevivente seja McVries. Essa mudança não é gratuita, pois dialoga com a relação construída entre ele e Ray ao longo da jornada, trazendo um peso emocional diferente para o encerramento.

O sacrifício de Ray Garraty

No desfecho da adaptação, restam apenas Ray, McVries e Stebbins. Este último abandona a caminhada após admitir que sua saúde está em colapso e revelar sua ligação com o Major. O embate final, então, fica entre os dois amigos.

Ray, ao perceber que McVries tem maior capacidade de enxergar esperança no futuro, decide se sacrificar. Ele para de andar, recebe o tiro fatal dos guardas e, em seus últimos instantes, pede que o amigo seja o vencedor. A cena evidencia a escolha de Ray em romper o ciclo da vingança que ele próprio havia idealizado, ao planejar assassinar o Major.

A vitória de McVries e o ato final

Com a morte de Ray, McVries é declarado o vencedor. No entanto, em vez de pedir algo pessoal, ele decide cumprir o desejo do amigo. Solicita uma das armas dos soldados e, diante de todos, atira contra o Major. O filme termina com McVries caminhando sozinho pela estrada, em meio à incerteza de seu destino.

Essa conclusão abre espaço para a ambiguidade: terá McVries iniciado uma mudança real contra o regime opressor ou apenas condenado a si mesmo? A resposta é deixada em aberto, mas o simbolismo é claro. Sua vitória não é apenas física, é também moral, fruto do sacrifício de Ray e da amizade que os uniu durante a marcha.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.