Após seis temporadas de intensas reviravoltas e sofrimento, The Handmaid’s Tale encerrou sua trajetória na televisão com um episódio final que buscou não apenas amarrar os principais arcos da narrativa, mas também preparar o terreno para o futuro da franquia. A série, transmitida pelo Hulu, termina sem derrubar Gilead, mas oferece uma conclusão emocional e simbólica para a jornada de sua protagonista, June Osborne.
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A vitória parcial e o atentado que muda tudo
June inicia o episódio narrando os desdobramentos de um ataque orquestrado pelo grupo rebelde Mayday: a explosão de um avião repleto de Comandantes, incluindo Nick, Wharton e Lawrence. A ação abre caminho para que os Estados Unidos recuperem o controle sobre Boston, um marco importante após anos de guerra contra Gilead. Apesar disso, o território ainda é limitado e os personagens estão espalhados, tentando se reagrupar em meio ao caos.
A gravação da história e o retorno ao ponto de partida
No momento mais simbólico do final, June retorna à casa dos Waterford, local onde tudo começou. Ao reencontrar o quarto onde foi mantida prisioneira, ela vê novamente a frase “Nolite te bastardes carborundorum” gravada na parede. Essa cena estabelece um paralelo com o primeiro episódio da série, reforçando o quanto ela mudou: de uma Aia subjugada a uma líder experiente na luta contra a opressão.
June então começa a registrar sua história, agora direcionada à filha Hannah. Essa gravação é interpretada como o nascimento da obra fictícia que dá nome à série, um gesto poderoso que conecta o passado e o futuro da narrativa.
A ausência de Hannah e as limitações do roteiro
Apesar da expectativa dos fãs, June não reencontra Hannah. A explicação tem dois motivos: dentro da trama, Hannah ainda está longe demais, em território controlado por Gilead; fora da tela, os criadores precisaram manter a coerência com The Testaments, sequência literária escrita por Margaret Atwood. Segundo os showrunners, a ideia de contar a história para Hannah foi a alternativa emocional mais forte diante da impossibilidade do reencontro.
O perdão a Serena Joy e os papéis invertidos
Uma das surpresas mais impactantes do episódio final é o perdão de June a Serena Joy. Responsável por inúmeras violências ao longo da série, Serena agora é apenas uma mãe refugiada, em situação vulnerável, tentando proteger o filho Noah. Ao aceitar o pedido de desculpas, June revela seu amadurecimento e a compreensão de que regimes opressores distorcem até mesmo as intenções mais humanas.
O destino de Serena espelha o início da trajetória de June: dormindo em um catre, sem recursos e lutando para manter o filho ao seu lado. A ironia dramática reforça a mensagem de redenção e empatia.
O retorno de Emily e o mistério resolvido
A reaparição de Emily (Alexis Bledel) também marca o episódio final. Após sua saída repentina na 4ª temporada, a personagem retorna explicando que atuava como infiltrada em Gilead, colaborando com um comandante simpático à causa de Mayday. Sua volta encerra um arco pendente e acrescenta profundidade à resistência interna dentro do regime.
A separação de Luke e June: amor em tempos de guerra
A relação entre June e Luke chega ao fim, não por falta de sentimento, mas pela distância emocional criada pela luta constante contra Gilead. Ambos reconhecem que, enquanto Hannah não estiver livre, não há espaço para uma vida conjugal estável. Contudo, deixam em aberto a possibilidade de reencontro no futuro, sugerindo que seu amor ainda resiste.
A recompensa de Janine e a virada de Lydia
Enquanto June não consegue reunir-se com Hannah, Janine finalmente encontra sua filha, graças à ajuda de Tia Lydia e da viúva de Lawrence. A cena oferece uma rara recompensa emocional dentro da série e serve como indicativo de que Lydia, agora do lado dos rebeldes, desempenhará um papel central em The Testaments.
Diferenças entre a série e o livro
A adaptação do Hulu ultrapassa os limites do romance original de Atwood, encerrando sua história muito além da última cena do livro, em que June é levada pelos Olhos, sem saber seu destino. O final da série faz um paralelo com o epílogo do livro, que revela que June teria deixado sua história gravada em fitas, reforçando a ideia de que ela própria é a narradora do que vimos na televisão.
O que esperar após o fim da série
A narrativa ainda está longe de acabar. A sequência, The Testaments, se passa mais de uma década após os eventos da série e mostra o que acontece com Hannah, agora chamada de Agnes, vivendo como uma Tia em Gilead. Nicole, outra filha de June, cresce no Canadá sob identidade protegida e se torna ativista contra o regime. Lydia continua sua atuação clandestina, escrevendo um manifesto que abala as estruturas do sistema.
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The Handmaid’s Tale se passa em uma sociedade distópica chamada Gilead, onde um regime teocrático toma o controle dos Estados Unidos. Neste sistema opressor, as mulheres são privadas de seus direitos, e aquelas que ainda podem conceber são forçadas a se tornarem Aias, servindo as famílias da elite com o propósito de gerar filhos. A trama acompanha June Osborne, uma dessas Aias, enquanto ela luta para sobreviver e manter a esperança de reencontrar sua filha, separada dela ao ser capturada pelo regime.
Ao longo da série, June busca aliados dentro e fora de Gilead para resistir e expor as atrocidades cometidas pelo regime. Entre abusos e traições, ela desenvolve uma relação complexa com Serena Joy e Nick Blaine, personagens que desafiam o sistema de diferentes formas. The Handmaid’s Tale oferece um retrato poderoso de sobrevivência, esperança e resistência em meio à brutalidade, explorando questões de liberdade, identidade e poder em uma sociedade que corrompeu a moralidade em nome da ordem.
Você pode assistir a The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia) no Disney Plus ou no Paramount Plus.