A terceira temporada de The White Lotus chegou ao fim com o episódio “Amor Fati”, entregando o tipo de desfecho explosivo e simbólico que se tornou marca registrada da série. Gravado na Tailândia, o novo capítulo do drama de luxo e tragédia mistura reviravoltas, ironia social e críticas afiadas à elite global — culminando em mortes, revelações familiares chocantes e escolhas que mudam destinos.
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A morte de Jim e o colapso de Rick: um desfecho inevitável
O centro da tragédia no episódio final gira em torno de Rick, cuja impulsividade tem consequências devastadoras. Após hesitar em matar Jim anteriormente, Rick finalmente o confronta — apenas para descobrir, tardiamente, que o idoso era seu pai biológico. A revelação vem tarde demais, logo após Rick atirar em Jim e iniciar um tiroteio com os seguranças de Sritala, no qual Chelsea acaba baleada acidentalmente.
O conflito interno de Rick, alimentado por culpa, trauma e ressentimento, atinge seu ápice. A tentativa de encontrar redenção se dissolve num ato desesperado. A sua permanência no resort, mesmo sabendo dos riscos, revela um personagem à deriva, tomado por arrependimentos e escolhas equivocadas.
Gaitok assume o protagonismo e surpreende a todos
Entre as surpresas do episódio, Gaitok — antes subestimado — se transforma em herói improvável. Ao matar Rick, ele não apenas vinga a tragédia, mas também ganha o respeito de Sritala e de Mook, que finalmente enxerga nele alguém digno de admiração.
Curiosamente, Gaitok opta por não delatar Valentin, mesmo sabendo que ele participou do roubo à joalheria do resort. Sua lealdade seletiva e ascensão como motorista pessoal de Sritala marcam uma virada significativa, coroada com o reconhecimento de Mook. Agora valorizado, Gaitok deixa para trás sua insegurança.
Lochlan sobrevive à própria negligência — e encontra Deus?
Em um dos momentos mais surreais do episódio, Lochlan, o filho mais jovem da família Ratliff, sobrevive milagrosamente após ingerir uma bebida contaminada com sementes venenosas de pong-pong — resquício do plano de seu pai, Tim, para envenenar a própria família.
Durante sua experiência de quase-morte, Lochlan relata ter tido uma visão espiritual, envolvendo monges e seus irmãos. A cena reforça o tom existencial da temporada, contrastando a superficialidade dos hóspedes com uma epifania inesperada.
Tim desiste do plano mortal no último segundo
O plano de Tim para eliminar a família com piña coladas envenenadas é o ápice do colapso moral do personagem. Enredado por esquemas ilegais e consumido pelo medo do fracasso, Tim chega a ver a morte como uma forma de “libertar” seus entes queridos. No entanto, no momento decisivo, ele hesita — impedindo Saxon de terminar a bebida e recuando. A insanidade momentânea dá lugar a um traço de humanidade, mas não sem antes deixar um rastro de tensão e desconforto.
Piper decide abandonar a Tailândia… por causa da comida
Enquanto o caos se desenrola, Piper protagoniza uma decisão cômica e reveladora: ela desiste de estudar budismo por um ano na Tailândia porque não gostou da comida servida no mosteiro. O motivo, embora banal, confirma o quanto a jovem é produto de uma bolha de privilégios — tão desconectada da realidade quanto os demais membros da disfuncional família Ratliff.
Laurie se abre com sinceridade — e aproxima as amigas
Entre os poucos momentos de ternura da temporada, está a confissão de Laurie durante um jantar com Kate e Jaclyn. Ao contrário das amigas, que insistem em manter as aparências, Laurie admite sua tristeza e insegurança. O desabafo cria uma conexão mais honesta entre elas, rompendo a superficialidade que dominava o grupo. No fim, elas encerram a viagem mais próximas, não pelas aparências, mas pela vulnerabilidade.
Belinda vira milionária — e repete o ciclo com Pornchai
Em um movimento astuto, Zion — parceiro de Belinda — eleva a pedida do suborno para Greg, exigindo US$ 5 milhões para manter em sigilo os eventos envolvendo Tanya, de temporadas anteriores. Greg aceita, e Belinda finalmente recebe uma compensação que a série parecia lhe dever desde a primeira temporada.
No entanto, a decisão de não contar nada a Pornchai — que ainda sonha com um futuro ao lado dela — ecoa ironicamente o abandono que Belinda sofreu de Tanya. A série sugere, assim, que até os “vencedores” no mundo de The White Lotus acabam perpetuando as mesmas estruturas de desigualdade e ilusão.
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