No encerramento da primeira temporada de Diários de um Robô-Assassino, a série da Apple TV+ baseada nas obras de Martha Wells, o personagem-título, interpretado por Alexander Skarsgård, toma uma decisão inesperada: abandona seus aliados de PreservationAux e embarca sozinho rumo a um destino incerto. A escolha marca um final agridoce para a trama, que até então havia consolidado laços de amizade e pertencimento entre Murderbot e o grupo que o acolheu.
Apesar de ter arriscado sua vida para salvar a Dra. Mensah (Noma Dumezweni) e os demais membros da equipe, Murderbot opta por se afastar. A decisão, embora surpreendente, encontra explicações nas motivações mais profundas do personagem e em eventos do passado que ainda o assombram.
Um passado sangrento ainda sem respostas
O motivo central para a fuga de Murderbot é sua busca por compreender o massacre que constantemente assombra suas lembranças. Ao longo da temporada, flashes de uma tragédia ocorrida na plataforma de mineração Ganaka Pit, localizada no sistema RaviHyral, emergem de forma fragmentada. Mesmo com a memória apagada pela corporação, partes orgânicas de seu cérebro — formadas por tecido humano clonado — retêm essas lembranças traumáticas.
Determinada a entender o que realmente aconteceu e qual foi seu papel na chacina, a unidade de segurança embarca clandestinamente em uma nave de transporte, recusando a oferta de liberdade e proteção oferecida por PreservationAux.
A busca por autonomia: Murderbot não quer ser controlado
Embora tenha construído uma relação de confiança com Mensah e os demais membros de PreservationAux, Murderbot deixa claro que não deseja ter sua vida definida por terceiros, mesmo que bem-intencionados. Em uma mensagem à doutora, afirma que não sabe o que quer, mas tem certeza de que não quer que ninguém decida por ele.
Essa necessidade de autonomia se torna ainda mais evidente quando Mensah sugere que ele permaneça sob proteção na Aliança de Preservação. Para Murderbot, isso se assemelha a viver como um animal de estimação, uma existência que repudia. A jornada rumo a RaviHyral, portanto, é tanto uma missão de investigação quanto um processo de autodescoberta.
Como Gurathin conseguiu restaurar a mente de Murderbot
Após o sacrifício de Murderbot para proteger PreservationAux, a corporação responsável por sua criação o captura e apaga sua memória. No entanto, Gurathin (David Dastmalchian), um humano com implantes cibernéticos, consegue recuperar parte de sua personalidade original. Graças à sua mente parcialmente digital, Gurathin foi capaz de baixar os dados de Murderbot, mesmo com o risco de sobrecarga cerebral.
Com a ajuda de contatos no submundo — incluindo um ex-traficante com acesso aos servidores da corporação — ele conseguiu burlar os sistemas e restaurar a identidade do robô-assassino. A empresa, por sua vez, havia mantido os dados de Murderbot armazenados para fins de mineração de informações, o que acabou facilitando o resgate de sua memória.
Memórias que resistem ao apagamento
Mesmo com os arquivos digitais apagados, as partes humanas de Murderbot conservaram memórias do massacre em Ganaka Pit. Isso fica evidente quando, já sob controle da corporação, ele é enviado para conter protestos violentamente. Diante da missão, hesita. Mesmo sem lembrar conscientemente de quem era, Murderbot recusa-se a matar inocentes, um reflexo do trauma que ainda habita sua mente orgânica.
Esse momento de falha operacional representa um divisor de águas. Mostra que, mesmo programado para matar, o personagem desenvolveu consciência moral — e não quer mais ser uma ferramenta de destruição.
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