Elisabeth Moss, protagonista de The Handmaid’s Tale, afirmou que o desfecho da série representa, para ela, a perfeição em forma de cena. Após oito anos de trajetória intensa como June Osborne, a atriz compartilhou em entrevista à Vanity Fair sua visão sobre o encerramento da produção distópica baseada na obra de Margaret Atwood. Para Moss, o episódio final retorna ao ponto de partida da narrativa e encerra a jornada com coerência e simbolismo profundo.
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Retorno às origens: o ciclo se completa
Segundo a atriz, o momento mais marcante do episódio derradeiro é justamente o ato de contar uma história. Ao gravar seu testemunho nos escombros da antiga casa dos Waterford, June recupera não apenas sua voz, mas também sua identidade — elementos brutalmente arrancados pelo regime de Gilead. Moss destacou que a escolha de encerrar com a protagonista iniciando a escrita de seu próprio “livro” é uma homenagem direta à origem literária da série.
“Essa série começou com um livro, e termina com um livro. Não havia outro caminho possível”, disse Moss. Ela ainda citou uma frase da própria Atwood: ‘Uma palavra após a outra é poder’, reforçando a ideia de que a escrita e a memória são armas de resistência. “June decide contar sua história, porque essas palavras têm poder. E isso é para Hannah”, completou.
Diferença em relação ao livro original
Enquanto o romance de Atwood termina com o destino de June envolto em mistério, a série opta por dar à personagem uma conclusão mais clara, embora ainda dolorosa. A ausência do reencontro com Hannah — tema de debates entre os showrunners — é compensada pela força simbólica da cena final. Em vez de um desfecho fechado, o seriado entrega uma mensagem de continuidade, memória e resistência.
A opção por mostrar June assumindo o controle de sua própria narrativa reforça sua transformação ao longo da série. Da mulher silenciada à contadora de sua própria história, a protagonista percorre um arco de autonomia e luta por justiça que se encerra com dignidade.
Escrever como forma de revolta silenciosa
O simbolismo do ato de escrever, apontado por Moss, é central para compreender o tom poético do final. A série sempre lidou com temas de opressão, identidade e resistência, e conclui sua trajetória afirmando que a documentação da dor e da luta é, por si só, um gesto revolucionário.
O retorno de Emily, vivida por Alexis Bledel, reforça esse sentimento de encerramento cíclico. Assim como no início, as personagens caminham juntas, mas agora como mulheres livres e conscientes de seu papel no mundo. Mesmo com algumas pontas deixadas para The Testaments, sequência baseada na obra publicada por Atwood em 2019, o encerramento de The Handmaid’s Tale funciona como uma despedida tocante.
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The Handmaid’s Tale se passa em uma sociedade distópica chamada Gilead, onde um regime teocrático toma o controle dos Estados Unidos. Neste sistema opressor, as mulheres são privadas de seus direitos, e aquelas que ainda podem conceber são forçadas a se tornarem Aias, servindo as famílias da elite com o propósito de gerar filhos. A trama acompanha June Osborne, uma dessas Aias, enquanto ela luta para sobreviver e manter a esperança de reencontrar sua filha, separada dela ao ser capturada pelo regime.
Ao longo da série, June busca aliados dentro e fora de Gilead para resistir e expor as atrocidades cometidas pelo regime. Entre abusos e traições, ela desenvolve uma relação complexa com Serena Joy e Nick Blaine, personagens que desafiam o sistema de diferentes formas. The Handmaid’s Tale oferece um retrato poderoso de sobrevivência, esperança e resistência em meio à brutalidade, explorando questões de liberdade, identidade e poder em uma sociedade que corrompeu a moralidade em nome da ordem.
Você pode assistir a The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia) no Disney Plus ou no Paramount Plus.