A estreia de Monstro: A História de Ed Gein reacendeu um debate antigo sobre a vida do notório criminoso de Wisconsin. Conhecido por ter assassinado duas mulheres e por ter profanado túmulos, Gein inspirou alguns dos maiores clássicos do cinema de terror, como Psicose e O Massacre da Serra Elétrica. Mas a produção da Netflix trouxe à tona uma questão que intriga estudiosos e curiosos há décadas: afinal, Ed Gein matou o irmão Henry?
A morte de Henry Gein em 1944
Henry Gein, o irmão mais velho, morreu em maio de 1944, aos 43 anos. Ele e Ed trabalhavam na fazenda da família quando decidiram queimar vegetação em um pântano da propriedade, prática comum na época. O fogo saiu do controle e mobilizou o corpo de bombeiros local. Após a contenção das chamas, Ed relatou o desaparecimento do irmão. Pouco depois, o corpo de Henry foi encontrado de bruços, sem sinais de queimaduras graves e aparentemente morto há algum tempo.
A causa oficial foi apontada como asfixia, resultado provável da inalação de fumaça. No entanto, nenhuma autópsia foi realizada, o que deixou muitas lacunas na investigação.
O que levantou suspeitas anos depois
Durante as apurações sobre os crimes de Ed Gein nos anos 1950, a morte de Henry voltou a ser discutida. Relatos posteriores de biógrafos, como Harold Schechter, indicaram que o corpo de Henry teria marcas de pancadas na cabeça, sugerindo violência física. Além disso, documentos e entrevistas apontam que Henry teria manifestado desconforto com a relação excessivamente dependente de Ed com a mãe, Augusta, o que poderia ter gerado conflitos familiares.
Esses detalhes, somados à brutalidade dos crimes posteriores de Gein, alimentaram a teoria de que Henry teria sido sua primeira vítima, ainda que nada tenha sido comprovado.
A versão dramatizada em Monstro: A História de Ed Gein
Na série, o episódio inicial apresenta Ed matando Henry após uma discussão, em um paralelo simbólico com a narrativa bíblica de Caim e Abel. A escolha narrativa reforça a ideia de ciúme e rivalidade entre irmãos como gatilho para o suposto crime.
Apesar disso, especialistas lembram que a produção mistura fatos com interpretações criativas, justamente para reforçar o drama psicológico e a tensão da história. Não há registros de confissão de Ed sobre a morte de Henry, tampouco evidências concretas que sustentem a versão mostrada na tela.
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