A terceira temporada da série antológica Monstro, que aborda a história de Ed Gein, reacendeu o interesse por um dos criminosos mais perturbadores dos Estados Unidos. No entanto, o último episódio da série foi além da história real e levantou uma dúvida que intrigou muitos espectadores: Ed Gein realmente ajudou o FBI a capturar Ted Bundy?
A dramatização da Netflix e o “encontro impossível”
Nos episódios finais da série criada por Ryan Murphy e Ian Brennan, Ed Gein (interpretado por Charlie Hunnam) aparece internado em um hospital psiquiátrico, após ser considerado legalmente insano. Nesse ponto, a trama apresenta uma reviravolta: agentes do FBI, identificados como John Douglas e Robert Ressler, o procuram para colaborar em uma investigação sobre o serial killer Ted Bundy.
Gein, aparentemente mais lúcido devido ao uso de medicamentos, oferece informações sobre o modo de operação de Bundy, descreve o tipo de carro que ele dirige e até revela seu primeiro nome. Mais tarde, a polícia prende Bundy e o sucesso da operação é creditado a uma fonte anônima, que o público entende ser o próprio Ed Gein.
A cena é impactante e cria um curioso “crossover” entre dois dos maiores assassinos da história americana. Contudo, essa colaboração jamais aconteceu fora da ficção.
A realidade dos fatos: Gein e Bundy nunca se cruzaram
Na vida real, Ed Gein nunca teve qualquer relação com Ted Bundy, nem ajudou o FBI em nenhuma investigação. Gein foi preso em 1957 e declarado mentalmente incapaz para responder criminalmente pelos homicídios de Bernice Worden e Mary Hogan. Desde então, permaneceu internado em instituições psiquiátricas até sua morte em 1984, aos 77 anos.
Ted Bundy, por outro lado, cometeu seus crimes entre 1974 e 1978, quase duas décadas depois da prisão de Gein. Sua captura ocorreu em circunstâncias muito mais mundanas: ele foi detido durante uma blitz de trânsito, quando policiais encontraram em seu carro objetos suspeitos, como algemas e uma barra de ferro. Bundy ainda conseguiu fugir da prisão duas vezes antes de ser recapturado e, finalmente, condenado à morte em 1979. Foi executado na cadeira elétrica em 1989.
Portanto, historicamente, não existe qualquer registro de contato entre os dois assassinos. Gein jamais teve acesso ao FBI para prestar ajuda em casos de serial killers, tampouco participou de entrevistas oficiais.
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