Descubra a história real por trás de Monstro: A História de Ed Gein

Monstro: A História de Ed Gein, nova produção da Netflix idealizada por Ryan Murphy, revisita um dos casos mais perturbadores da história criminal dos Estados Unidos. Interpretado por Charlie Hunnam, o personagem central é inspirado em Ed Gein, o assassino que chocou a pequena cidade de Plainfield, em Wisconsin, na década de 1950, e acabou servindo de base para alguns dos vilões mais famosos do cinema de terror, como Norman Bates (Psicose), Leatherface (O Massacre da Serra Elétrica) e Buffalo Bill (O Silêncio dos Inocentes).

Infância marcada pelo isolamento e abuso psicológico

Descubra a história real por trás de Monstro: A História de Ed Gein

Antes de se tornar o “Carniceiro de Plainfield”, Ed Gein teve uma infância profundamente conturbada. Criado em uma fazenda isolada, sem energia elétrica ou encanamento, ele cresceu sob a rígida tutela da mãe, Augusta, uma mulher extremamente religiosa e controladora que o ensinava a temer o mundo e a odiar mulheres.

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Relatos da época indicam que Augusta costumava ler passagens bíblicas sobre punição e pecado durante tempestades, alertando os filhos sobre o “castigo divino que cairia sobre as mulheres impuras”. Essa criação opressiva moldou a mente frágil de Ed, que desenvolveu uma dependência emocional doentia da mãe. Após a morte dela, em 1945, Gein mergulhou em um estado de solidão e desequilíbrio mental do qual nunca se recuperou.

Os crimes que chocaram os Estados Unidos

Ed Gein matou o próprio irmão?

A fachada de homem tímido e reservado desmoronou em novembro de 1957, quando a polícia encontrou o corpo mutilado de Bernice Worden, dona de uma loja local, pendurado de cabeça para baixo em um galpão na fazenda de Gein. Pouco depois, investigações revelaram que ele também havia assassinado Mary Hogan, uma taberneira desaparecida desde 1954.

O que os investigadores descobriram dentro da casa foi descrito como um verdadeiro “gabinete de horrores”: móveis, roupas e até máscaras feitos com pele humana, além de órgãos preservados e partes de corpos espalhadas por cômodos e caixas. Gein confessou ter desenterrado cadáveres em cemitérios próximos, motivado por um impulso mórbido de “trazer sua mãe de volta”.

Apesar das atrocidades, as autoridades concluíram que ele sofria de esquizofrenia e psicose severa, o que o tornou inimputável. Ele foi internado em instituições psiquiátricas e permaneceu sob tratamento até sua morte, em 1984, aos 77 anos, vítima de insuficiência respiratória.

O legado sombrio e as distorções da ficção

Ed Gein matou o próprio irmão?

A nova série da Netflix busca explorar não apenas os crimes de Gein, mas também as consequências psicológicas e culturais de seus atos. O último episódio de Monstro dramatiza os últimos anos do assassino em um hospital psiquiátrico, sugerindo visões com outros serial killers e um reencontro simbólico com a mãe — uma licença poética que, na realidade, jamais aconteceu.

Embora muitos detalhes da trama sejam ficcionais, a essência do personagem permanece fiel à figura que inspirou décadas de medo e fascínio. Gein foi o ponto de partida para o desenvolvimento de perfis criminais modernos e, paradoxalmente, tornou-se uma das figuras mais estudadas da psicologia forense.

Ryan Murphy e sua equipe optaram por retratar não apenas o assassino, mas o impacto cultural que ele provocou, mostrando como sua história ecoou em filmes, livros e até em outros criminosos que o consideraram um “modelo”.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.