Descubra a história real por trás de Invocação do Mal 4

A aguardada conclusão da franquia Invocação do Mal chegou prometendo fechar com chave de ouro a trajetória dos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren, interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga. Intitulado Invocação do Mal 4: O Último Ritual, o filme busca equilibrar emoção, terror e despedida, ao mesmo tempo em que se inspira em um dos episódios mais controversos da vida real do casal: o caso da família Smurl, na Pensilvânia.

A trama de Invocação do Mal 4: O Último Ritual

No longa, Ed e Lorraine são chamados para ajudar uma família atormentada por forças malignas em uma casa antiga na cidade de West Pittston. O enredo apresenta os Smurl, uma família numerosa que vive em um sobrado dividido com os avós das crianças. O terror começa quando um antigo espelho, presente dado à neta após sua Crisma, desperta uma entidade demoníaca que passa a perseguir os moradores.

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Enquanto a família enfrenta eventos cada vez mais violentos, os Warrens descobrem que o espelho está ligado a um demônio que tenta alcançar Judy, filha do casal, e possui-la. A trama combina elementos sobrenaturais, dramas familiares e o conflito pessoal dos investigadores, que consideram se aposentar depois de décadas lidando com o mal.

O final traz uma típica catarse da série: após um confronto intenso, os Warrens conseguem livrar a família da presença demoníaca, encerrando simbolicamente sua carreira de exorcistas.

O caso real que inspirou o filme

Descubra a história real por trás de Invocação do Mal 4

Diferente da versão cinematográfica, o verdadeiro caso dos Smurl começou muito antes dos acontecimentos retratados em O Último Ritual. Na vida real, Jack e Janet Smurl se mudaram para a casa de West Pittston em 1973, após perderem o antigo lar durante a passagem do furacão Agnes, que devastou o nordeste da Pensilvânia. O casal, acompanhado das filhas e dos pais de Jack, acreditava ter encontrado um recomeço — até que a tranquilidade foi substituída por fenômenos inexplicáveis.

Relatos da época descrevem portas batendo sozinhas, vozes assustadoras e quedas bruscas de temperatura. Com o passar dos anos, as experiências se tornaram mais violentas. A família dizia ouvir gritos, sentir cheiros de enxofre e ver objetos sendo arremessados. Jack afirmava ter sido atacado fisicamente por uma entidade e dizia que o espírito havia agredido um dos cachorros e empurrado uma das filhas escada abaixo.

Diante do desespero, os Smurl buscaram ajuda de padres locais, mas os rituais de exorcismo não surtiram efeito. Foi então que recorreram ao casal Warren, já conhecido por investigações em casos como o da casa de Amityville.

A investigação dos Warrens e o ceticismo dos especialistas

Ed e Lorraine Warren chegaram à casa em 1986, afirmando sentir de imediato uma mudança brusca na temperatura e avistar uma massa escura pairando sobre um dos cômodos (via Biography). Após semanas de investigação, concluíram que o lar estava dominado por quatro espíritos, sendo um deles demoníaco. Lorraine declarou que a presença maligna era “inteligente, poderosa e perigosa”.

A repercussão foi imediata. O caso Smurl ganhou as manchetes dos Estados Unidos e atraiu dezenas de repórteres e curiosos à vizinhança. Os Warrens chegaram a afirmar que o fenômeno era um dos mais intensos que haviam enfrentado. Entretanto, a comunidade científica e cética reagiu com descrença. Paul Kurtz, do Comitê de Investigação Científica de Alegações Paranormais, classificou o episódio como “uma farsa”, sugerindo que a família procurasse avaliação psicológica.

Ainda assim, o casal manteve sua posição até o fim, insistindo que a casa era palco de uma manifestação demoníaca.

Da vida real para o cinema e a televisão

Em meio à comoção, o jornalista Robert Curran lançou em 1988 o livro The Haunted: One Family’s Nightmare, escrito em colaboração com os Smurl e com os próprios Warrens. A obra deu origem, anos depois, a um telefilme exibido em 1991, estrelado por Jeffrey DeMunn e Sally Kirkland.

Apesar da fama, o desfecho real do caso foi menos dramático do que nas telas. Em 1986, um padre local afirmou que orações intensas haviam eliminado as presenças malignas. Dois anos depois, os Smurl se mudaram de volta para Wilkes-Barre, e a nova moradora da casa, Debra Owens, disse nunca ter vivenciado nada fora do comum.

Jack Smurl morreu em 2017, e uma de suas filhas, Carin, chegou a atuar como investigadora paranormal, alegando que o pai sentia orgulho por ela tentar ajudar outras famílias que acreditam sofrer do mesmo tipo de tormento.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.