O filme A Libertação, da Netflix, dirigido por Lee Daniels, traz uma narrativa de terror baseada no famoso caso de assombração da família Ammons, ocorrido em 2011, em Gary, Indiana. A trama do filme segue a personagem Ebony e sua família, que se mudam para uma nova casa onde eventos sobrenaturais começam a se manifestar. Desde o início, o filme afirma ser baseado em uma história real, o que levanta questões sobre o quão fiel a produção é aos acontecimentos originais.
A história real por trás de A Libertação gira em torno de Latoya Ammons, sua mãe Rosa Campbell, e seus três filhos. Em novembro de 2011, a família se mudou para uma casa localizada na Carolina Street, onde logo começaram a perceber atividades estranhas, como uma infestação de grandes moscas negras na varanda e barulhos vindos do porão. De acordo com relatos, a situação piorou com o tempo, envolvendo levitações e episódios de possessão demoníaca. Em um dos casos mais chocantes, um dos filhos de Latoya foi visto andando de costas pela parede de um hospital, enquanto outro foi supostamente arremessado por uma força invisível.
O caso atraiu a atenção das autoridades locais, incluindo o Departamento de Serviços Infantis (DCS), que investigou a situação e chegou a retirar temporariamente as crianças da guarda de Latoya. Durante as investigações, algumas testemunhas relataram ter presenciado eventos inexplicáveis, como o filho mais novo da família subindo pelas paredes. No entanto, outras análises mais céticas questionaram a veracidade dos eventos. O investigador paranormal Joe Nickell, por exemplo, examinou o caso e concluiu que vários relatos foram distorcidos ou amplamente exagerados, sem provas conclusivas que confirmassem a natureza sobrenatural das ocorrências.
Embora A Libertação capture muitos dos momentos assustadores vividos pela família Ammons, o filme toma liberdades criativas para intensificar a narrativa. Um exemplo disso é a sequência em que Ebony e sua mãe enfrentam um demônio em um confronto final que resulta em mortes, algo que não ocorreu na vida real. Apesar dessas diferenças, o filme busca manter a essência dos eventos descritos pela família, incluindo a presença de um sacerdote que realiza exorcismos para tentar livrar a casa das supostas entidades.
Na vida real, a casa ficou conhecida como a “Casa dos 200 Demônios”, em referência ao número de entidades que, segundo médiuns, habitariam o local. O reverendo Michael Maginot realizou três exorcismos na casa, enquanto Latoya também realizou um por conta própria. Após seis meses vivendo no local, a família Ammons decidiu se mudar para Indianápolis, em maio de 2012, colocando fim às experiências sobrenaturais. Posteriormente, o produtor e apresentador do programa Ghost Adventures, Zak Bagans, comprou a casa e a demoliu, afirmando que havia algo muito sombrio e poderoso ali.
Durante a produção do filme, Lee Daniels encontrou-se com Latoya Ammons, que expressou estar em paz com a interpretação de sua história no longa. Embora a família tenha mantido uma postura reservada após os eventos, Daniels afirmou que eles estão bem e vivendo tranquilamente, longe dos holofotes.
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