PUBLICIDADE
InícioCinema e TVDebaixo da Ponte é baseada em uma história real?

Debaixo da Ponte é baseada em uma história real?

A minissérie Debaixo da Ponte (Under the Bridge), lançada em 2024, é uma adaptação de uma história real que chocou o Canadá e ganhou atenção internacional. Baseada no livro homônimo da escritora Rebecca Godfrey, que é interpretada por Riley Keough na série, a produção aborda o assassinato brutal de Reena Virk, uma adolescente indiano-canadense de 14 anos, morta por colegas em 1997. O caso despertou debates sobre bullying, violência juvenil e preconceito racial, marcando a história criminal do país.

PUBLICIDADE

Quem foi Reena Virk?

Debaixo da Ponte é baseada em uma história real?

Reena Virk, retratada na série por Vritka Gupta, nasceu em 1983 em uma família de imigrantes indianos em Saanich, na Colúmbia Britânica. Filha de Manjit e Suman Virk, ela enfrentou dificuldades de aceitação entre seus colegas devido à sua origem étnica e às restrições impostas por seus pais, praticantes das Testemunhas de Jeová. Reena frequentemente sofria bullying e desenvolveu comportamentos rebeldes, como o uso de cigarro e maconha, em uma tentativa de se integrar socialmente.

PUBLICIDADE

A jovem passou por momentos difíceis ao longo de sua curta vida. Em 1996, chegou a acusar falsamente seu pai de abuso sexual na tentativa de ingressar no sistema de adoção. No entanto, após meses como tutelada do estado, confessou que a acusação era infundada e retornou para a casa da família. Mesmo assim, continuou a enfrentar rejeições e desafios sociais, culminando em sua trágica morte em novembro de 1997.

Na noite do crime, Reena informou seus pais que iria a uma festa na casa de amigos, mas foi atraída a um local próximo a uma ponte, onde foi agredida por um grupo de adolescentes que ela tentava impressionar. Após ser violentamente espancada, ela foi afogada em um ato de crueldade que expôs o pior lado da violência juvenil e do bullying sistêmico.

Quem foram os responsáveis pelo crime?

A morte de Reena Virk envolveu um grupo de oito adolescentes, conhecido como os “Shoreline Six”. Entre eles, sete eram meninas e um era rapaz. O grupo foi acusado de participar do ataque, mas apenas dois foram condenados diretamente pelo assassinato: Warren Paul Glowatski e Kelly Marie Ellard.

Glowatski, com 16 anos na época, foi condenado por homicídio em segundo grau em 1999 e cumpriu pena até 2010, quando foi libertado sob condicional. Kelly Marie Ellard, que tinha 15 anos quando cometeu o crime, também foi condenada por homicídio em segundo grau em 2000. Apesar de múltiplas apelações, sua sentença foi mantida, e ela permanece presa até hoje.

Os demais adolescentes, como Nicole Cook, Nicole Patterson e Missy Grace Pleich, foram condenados por agressão, com penas variando entre 60 dias e um ano de prisão. A idade dos agressores e o fato de serem predominantemente brancos geraram debates sobre preconceito racial, já que Reena era descendente de indianos.

PUBLICIDADE

O que mudou em “Debaixo da Ponte”?

Apesar de seguir de perto os acontecimentos reais, a série fez algumas alterações e adições para fins narrativos. Um exemplo é a criação de Josephine Bell, uma personagem fictícia que reúne características de vários adolescentes envolvidos no crime. Na série, Bell confessa ter cometido atos violentos atribuídos a outros membros do grupo, servindo como um recurso narrativo para condensar a complexidade dos eventos.

Outra mudança significativa é a dramatização da prisão de Glowatski. Na série, ele é detido durante um baile escolar, enquanto, na realidade, foi preso após comparecer a um encontro com sua namorada, Syreeta Hartley (renomeada para Samara Bailey na série). Além disso, elementos como Kelly Ellard guardar um par de sapatos de Reena foram incluídos para intensificar a narrativa, mas não possuem base nos fatos.

PUBLICIDADE

Embora algumas mudanças tenham sido feitas, Debaixo da Ponte permanece fiel à essência do caso, explorando a brutalidade do crime, o impacto na comunidade e os debates que ele suscitou sobre bullying e violência entre jovens.

Confira também:

PUBLICIDADE