O criador de Round 6, Hwang Dong-hyuk, revelou recentemente que o fim da série não será totalmente feliz, nem completamente trágico. Em entrevista ao The Playlist, no início de junho de 2025, o diretor e roteirista sul-coreano explicou que a conclusão da trama será “metade triste, metade feliz”, indicando que o final será tão ambíguo quanto os dilemas morais que marcaram a trajetória de Gi-hun e dos outros participantes.
A fala de Hwang reforça o compromisso da produção em manter a essência crítica e emocional que conquistou o público desde sua estreia em 2021. A série, que rapidamente se tornou um fenômeno global pela Netflix, agora se aproxima de seu terceiro e último capítulo, e os fãs estão ansiosos para saber se há redenção possível dentro daquele universo brutal.
Um final “meio a meio” para uma série marcada pela dualidade
Segundo Hwang, o desfecho de Round 6 refletirá a complexidade emocional que sempre permeou a série. “É metade. Metade triste, metade feliz. Bem no meio. Você vai entender quando assistir ao episódio final”, disse ele, ao ser questionado se a história poderia terminar de maneira positiva.
Essa escolha narrativa não surpreende. Desde o início, a série sempre flertou com contrastes: jogos infantis usados como instrumentos de morte, alianças frágeis entre pessoas desesperadas, momentos de empatia em meio à violência. O final da primeira temporada já dava sinais dessa abordagem, quando Gi-hun vence o jogo e conquista uma fortuna, mas carrega o trauma das mortes que presenciou — inclusive de amigos próximos.
Lições do fim da primeira temporada apontam o caminho
A conclusão da temporada inicial não foi propriamente um final feliz. Gi-hun sobreviveu, mas perdeu sua inocência e boa parte de sua humanidade. Ainda assim, havia ali traços de redenção. Após descobrir que o velho Il-nam era o criador por trás dos jogos, Gi-hun protagoniza um último embate simbólico, vencendo uma aposta que sugere que a bondade humana ainda existe. Mesmo assim, ele opta por não embarcar para os Estados Unidos e se compromete a desmantelar o sistema cruel dos jogos, abrindo caminho para a segunda temporada.
Com base nas declarações de Hwang, o desfecho da série deve seguir esse mesmo tom ambivalente. Talvez vejamos o fim dos jogos, mas a um custo alto. É possível que o sistema que os originou continue de pé, ou que novas vítimas surjam mesmo após uma vitória aparente. O criador parece disposto a oferecer uma reflexão mais profunda do que uma simples resposta sobre justiça ou vingança.
Um encerramento coerente com a crítica social da série
A decisão de não seguir por um caminho inteiramente otimista também reforça o posicionamento social de Round 6. Desde o início, a série foi elogiada por sua crítica ao capitalismo extremo e à desigualdade estrutural. Seus personagens são vítimas de um sistema que lucra com o sofrimento alheio, e qualquer resolução que ignorasse essa realidade soaria desonesta com o público.
Ao indicar que o final será “metade feliz, metade triste”, Hwang mantém a coerência com esse olhar crítico. Não se trata apenas de encerrar uma história, mas de provocar o espectador a refletir sobre as estruturas que sustentam a violência e o desespero retratados na trama.
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