O personagem principal de Round 6, Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae, deixou o público comovido ao encerrar sua trajetória de forma trágica e heroica. Nos momentos finais da terceira temporada da série da Netflix, ele pronuncia suas últimas palavras antes de se sacrificar, salvando a vida de um bebê. A frase inacabada, “Nós não somos cavalos, nós somos humanos. E humanos são…”, deixou fãs e críticos se perguntando sobre o verdadeiro sentido por trás da mensagem interrompida.
Agora, o criador da série, Hwang Dong-hyuk, revelou à Variety a intenção por trás da cena e explicou por que o desfecho de Gi-hun era necessário para concluir sua jornada.
A complexidade humana no centro da mensagem
Segundo Hwang, a frase final de Gi-hun não deveria mesmo ser concluída. A ideia era que o público refletisse e completasse a sentença por conta própria. Para o criador da série, definir o que significa ser humano é uma tarefa complexa, pois os indivíduos podem alternar entre ações altruístas e atitudes egoístas com facilidade.
“Cada vez mais percebo como é difícil explicar o que somos enquanto seres humanos”, afirmou Hwang. “Em alguns momentos estamos repletos de esperança e bondade, e logo depois nos tornamos gananciosos e egoístas.” Gi-hun, que ao longo dos jogos também cometeu erros e tomou decisões questionáveis, representa essa dualidade.
A escolha pelo silêncio e o poder da ação
O autor destacou que preferiu deixar a frase incompleta porque queria que o gesto de Gi-hun falasse mais alto do que suas palavras. Ao se sacrificar para garantir que o bebê sobrevivesse, ele mostrou, através de sua atitude, aquilo que acredita que a humanidade deveria representar: empatia, compaixão e responsabilidade pelas futuras gerações.
“Para o Gi-hun, achei mais significativo que ele demonstrasse com ações em vez de completar a frase. E acredito que, do ponto de vista do personagem, ele terminou a sentença ao se sacrificar”, explicou Hwang.
O destino inevitável do protagonista
Embora tenha considerado outras possibilidades, como a sobrevivência de Gi-hun ao lado do bebê, Hwang revelou que a ideia de matar a criança nunca foi cogitada. “Isso teria sido sombrio demais. Nunca pensei em matar o bebê”, garantiu. Ainda assim, o roteirista refletiu sobre um final em que o protagonista sobreviveria para reencontrar sua filha. No entanto, ao observar os acontecimentos ao redor do mundo e repensar a narrativa, percebeu que esse desfecho não seria compatível com o arco de Gi-hun.
A decisão final foi a de dar um fim mais simbólico ao personagem. “Pensei que a história mais coerente seria mostrar Gi-hun se sacrificando pelas próximas gerações. Por isso incluí o bebê na trama e construí esse encerramento”, revelou.
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