A série Chefe de Guerra, estrelada e co-criada por Jason Momoa, estreou com a promessa de trazer ao público uma releitura épica e envolvente de um dos momentos mais turbulentos da história havaiana. Com produção de alto nível e atenção aos detalhes culturais e históricos, a obra mergulha no passado do arquipélago, mais especificamente entre os anos de 1782 e 1810, período marcado por guerras, alianças políticas e o início da influência ocidental na região.
Jason Momoa interpreta Ka’iana, guerreiro havaiano do século XVIII
Jason Momoa dá vida a Ka’iana, figura histórica real que se destacou como guerreiro, nobre e explorador durante os anos finais da independência dos reinos havaianos. Conhecido por sua imponência física — relatos de época dizem que media quase dois metros de altura e possuía físico hercúleo — Ka’iana também foi um homem de contrastes. Por um lado, ajudou a expandir o poder de chefes locais como Kahekili II, conquistando a ilha de O‘ahu. Por outro, abandonou seus aliados por não concordar com seus métodos, buscando novos caminhos.
Sua trajetória incluiu viagens internacionais a bordo do navio do comerciante britânico John Meares, passando pela China, Filipinas e a costa noroeste da América do Norte. De volta ao Havaí, Ka’iana trouxe consigo conhecimentos sobre armas de fogo e tecnologia militar, que mais tarde seriam cruciais para os planos expansionistas do rei Kamehameha I.
A unificação dos reinos havaianos
Chefe de Guerra se passa em um momento-chave da história do Havaí, quando o arquipélago era dividido em quatro grandes reinos: O‘ahu, Maui, Kaua‘i e a ilha de Hawai‘i. Essa fragmentação política deu origem a décadas de conflitos entre líderes tribais e casas nobres. Ka’iana, embora nascido em O‘ahu, teve papel ativo em campanhas militares organizadas por Kahekili II, chefe de Maui, até se desiludir com sua liderança.
O enredo da série acompanha o processo que levaria à ascensão de Kamehameha I, também conhecido como Kamehameha, o Grande. Este foi o responsável por unificar todas as ilhas sob um único governo, criando o Reino do Havaí, que manteve sua independência até 1893. Foi somente décadas depois da época retratada que o território foi anexado aos Estados Unidos, em 1959.
Laços de sangue entre os personagens históricos
A série também retrata as complexas ligações familiares entre os nobres havaianos. Ka’iana era neto do rei Keaweʻīkekahialiʻiokamoku, o mesmo avô de Keōua, pai de Kamehameha I. Isso faz de Ka’iana e Kamehameha primos de primeiro grau, com uma geração de diferença. Já Ka‘ahumanu, outra personagem importante da trama interpretada por Luciane Buchanan, era terceira prima e futura esposa de Kamehameha, além de filha de um dos principais rivais de Kahekili II.
Essas conexões de sangue não são apenas curiosidades genealógicas, mas sim peças fundamentais para compreender as dinâmicas políticas do período, já que alianças e traições muitas vezes eram decididas dentro das próprias famílias.
A chegada dos europeus ao arquipélago
Outro ponto abordado em Chefe de Guerra é o início do contato entre os povos havaianos e os europeus. O primeiro registro é de 1778, quando o capitão britânico James Cook chegou à região durante sua terceira viagem ao Pacífico. Embora essa visita inicial tenha ocorrido de forma relativamente pacífica, ela marcou o início de uma era de transformações profundas para os habitantes locais.
Na série, há menções diretas ao impacto da chegada dos britânicos, especialmente na figura do capitão John Meares, que de fato teve contato com Ka’iana. Meares teria ficado impressionado com a estatura e força do guerreiro havaiano, descrevendo-o como um verdadeiro gigante, com presença marcante entre seus pares.
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