Conheça a história real por trás de Meu Pai, o Assassino BTK

Kerri Rawson tinha 26 anos e levava uma vida comum como professora substituta quando, em fevereiro de 2005, a polícia bateu à sua porta. A notícia que ouviria a seguir mudaria tudo: seu pai, Dennis Rader, era o temido assassino em série conhecido como “BTK”, sigla para Bind, Torture, Kill — “Amarrar, Torturar e Matar”. Essa revelação é o ponto de partida do documentário da Netflix Meu Pai, o Assassino BTK, lançado no dia 10 de outubro, que expõe não apenas os crimes brutais cometidos por Rader, mas também o impacto devastador que suas ações tiveram sobre a própria família.

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Dennis Rader, o “BTK Killer”

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Entre 1974 e 1991, Dennis Rader assassinou dez pessoas na região de Wichita, Kansas. Ele enviava cartas e mensagens à imprensa local, provocando autoridades e descrevendo com frieza seus métodos. Foi ele mesmo quem criou o apelido “BTK”, explicando o significado em suas correspondências.

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Durante mais de três décadas, Rader levou uma vida aparentemente exemplar. Era presidente da congregação na Igreja Luterana local, veterano da Força Aérea e funcionário público em Park City, onde atuava como fiscal de cumprimento de normas. Casado por 34 anos com Paula Dietz, com quem teve dois filhos, ele conseguia manter uma fachada de pai e cidadão modelo.

A captura do assassino

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O fim da farsa veio em 2005, quando a polícia conseguiu rastrear um disquete enviado pelo próprio Rader a uma emissora de TV de Wichita. A análise do arquivo revelou que o material havia sido criado em um computador da igreja onde ele exercia um cargo de liderança. Esse erro foi decisivo para sua prisão. Pouco depois, testes de DNA confirmaram o parentesco entre o assassino e amostras obtidas de Kerri Rawson, reforçando as provas contra ele. Rader confessou os crimes e foi condenado a dez penas de prisão perpétua consecutivas, sem direito a liberdade condicional. Hoje, cumpre sentença no presídio de El Dorado, no Kansas, com previsão de soltura apenas no longínquo ano de 2180.

A difícil jornada de Kerri Rawson

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O documentário da diretora Skye Borgman, conhecida por produções como Sequestrada à Luz do Dia e A Garota da Foto, acompanha Kerri enquanto ela tenta compreender e reconstruir sua vida. Em seu depoimento, ela relembra a infância aparentemente feliz, o convívio com um pai carinhoso e os sinais sutis de que algo estava errado.

Após a prisão, Kerri mergulhou em um conflito interno: amava o pai, mas precisava encarar a monstruosidade de seus atos. Durante anos, evitou falar sobre o assunto e preferia dizer que era apenas “afastada” do pai. No fundo, vivia atormentada por perguntas sem resposta, entre elas, se teria sido usada como parte das fantasias doentias de Rader, que registrava tudo em cadernos e diários.

Entre o perdão e a busca pela verdade

Hoje, Kerri vive longe dos holofotes, mas ainda coopera com investigações sobre possíveis novas vítimas do pai. Ela se dedica ao apoio a pessoas traumatizadas por crimes violentos e, apesar do ódio que recebe nas redes sociais, encontrou propósito em transformar sua dor em empatia.

Em uma das cenas mais marcantes do documentário, Kerri afirma que não pretende ver o pai novamente. Para ela, a melhor forma de seguir em frente é reconhecendo o que ele fez, sem permitir que seus crimes definam quem ela é. “Sou apenas eu”, diz, tentando se libertar da sombra de um nome que chocou o mundo (via Time).

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.