Uma Noite em Idaho: Os Assassinatos na Faculdade, documentário que estreou no Prime Video na última sexta-feira(11), joga luz sobre um dos casos criminais mais impactantes da década. A série mergulha nos eventos trágicos que resultaram na morte de quatro universitários em Moscou, Idaho, em 2022, e acompanha os detalhes que levaram à prisão e posterior confissão de Bryan Kohberger, ex-estudante de criminologia e autor confesso dos assassinatos.
O documentário não se limita apenas à investigação criminal. Ele também busca resgatar a memória das vítimas por meio de depoimentos comoventes de familiares e amigos, que compartilham histórias pessoais, vídeos e lembranças que mostram quem eram Kaylee Goncalves, Madison Mogen, Xana Kernodle e Ethan Chapin muito além de seus nomes nas manchetes.
O crime que abalou a cidade de Moscou
Na madrugada de 13 de novembro de 2022, quatro jovens estudantes da Universidade de Idaho foram brutalmente assassinados a facadas em uma residência fora do campus. A casa, localizada na tranquila cidade de Moscow, não registrava homicídios há sete anos, o que intensificou ainda mais o impacto do crime na comunidade local.
As vítimas foram encontradas sem vida nos quartos do segundo e terceiro andares do imóvel. Kaylee e Madison, amigas de infância, estavam juntas no quarto do último andar. Xana, que havia acabado de receber um pedido via aplicativo, e seu namorado Ethan, que dormia no local naquela noite, foram mortos no segundo piso. Duas outras colegas, que também viviam na casa, sobreviveram ao ataque, sendo que uma delas chegou a avistar o invasor mascarado pouco antes de ele deixar a residência.
A caçada por pistas e a prisão do principal suspeito
Sem sinais de arrombamento ou pertences roubados, o crime parecia planejado. Câmeras de segurança próximas à casa capturaram imagens de um carro branco que circulava diversas vezes pela região durante a madrugada. A partir dessas gravações e da análise de dados de telefonia celular, o FBI chegou a Bryan Kohberger, um estudante de doutorado em criminologia na Universidade Estadual de Washington, localizada a poucos quilômetros do local do crime.
Um dos principais elementos de prova foi o DNA encontrado na bainha de uma faca deixada ao lado dos corpos. A análise genética indicou correspondência com o pai de Kohberger, e, posteriormente, confirmou-se o vínculo com o próprio suspeito. Investigações também revelaram que o celular de Kohberger esteve nas proximidades da cena do crime e foi desligado momentos antes dos assassinatos.
Kohberger foi detido em 30 de dezembro de 2022 na casa dos pais, na Pensilvânia. Desde então, o caso atraiu atenção nacional e internacional, com debates intensos sobre suas motivações e o perfil psicológico do autor.
O passado e os sinais de alerta
“Uma Noite em Idaho” apresenta entrevistas com ex-colegas de Kohberger em sua graduação anterior, que relatam o fascínio do acusado por crimes violentos e serial killers. Ele demonstrava interesse excessivo em entender o que levava alguém a matar e como se sentia após cometer um crime.
O documentário também aborda teorias sobre possíveis vínculos de Kohberger com comunidades online extremistas, como o movimento “incel” (abreviação para celibatário involuntário), grupo conhecido por discursos de ódio misóginos. Administradores de um grupo no Facebook dedicado ao caso levantaram suspeitas sobre um perfil chamado “Papa Rodger”, que demonstrava conhecimento incomum sobre o crime antes de informações oficiais serem divulgadas.
A confissão e o acordo judicial
Depois de quase três anos de processos e incertezas, Kohberger confessou formalmente os crimes em 2 de julho de 2025. Ele fechou um acordo judicial para escapar da pena de morte e aceitar quatro penas de prisão perpétua, a serem cumpridas consecutivamente. A sentença final está marcada para o dia 23 de julho.
A decisão dividiu as famílias das vítimas. Enquanto alguns parentes demonstraram alívio e apoio ao acordo, outros, como o pai de Kaylee Goncalves, lamentaram que a justiça plena não foi feita. Eles esperavam respostas mais claras sobre o motivo dos ataques, algo que Kohberger ainda não revelou.
As vítimas por trás das estatísticas
Uma das maiores forças do documentário é dar voz e rosto às vítimas. Kaylee e Madison eram inseparáveis desde a infância, conhecidas pelo bom humor e carinho mútuo. Xana, carismática e comunicativa, era apaixonada por música e fazia amigos com facilidade. Ethan, descrito como alegre e companheiro, era um dos trigêmeos, e seus irmãos também estudavam na mesma universidade.
Vídeos pessoais, fotos e depoimentos dos familiares tornam os episódios ainda mais emocionantes. Pais e irmãos compartilham o desafio de lidar com a perda e o esforço diário para continuar vivendo. Algumas falas são especialmente tocantes, como a de Karen Laramie, mãe de Madison, que reflete sobre a importância de honrar a memória da filha vivendo da maneira que ela gostaria de ver: com força e dignidade.
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