Como é a relação do Assassino BTK com a filha?

Kerri Rawson passou boa parte da vida tentando compreender como o pai que conhecia — um homem carinhoso, dedicado à família e ativo na igreja — pôde ser o mesmo assassino em série que aterrorizou Wichita, no Kansas, por quase duas décadas. Dennis Rader, que adotou o apelido BTK, sigla em inglês para Bind, Torture, Kill (“Amarrar, Torturar, Matar”), foi preso em 2005 após confessar dez assassinatos cometidos entre 1974 e 1991.

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Quase vinte anos depois, Kerri, agora com 46 anos e mãe de dois filhos, reuniu coragem para reencontrar o pai frente a frente. O encontro, filmado para o documentário da Netflix Meu Pai, o Assassino BTK, marcou um ponto de virada definitivo: o rompimento final entre pai e filha, e o encerramento de um capítulo de dor e confusão emocional.

O reencontro que selou o afastamento

Como é a relação do Assassino BTK com a filha?

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Em 2023, Kerri aceitou colaborar com investigadores que buscavam esclarecer possíveis novos crimes cometidos por Rader. Para isso, ela visitou o pai na prisão, onde ele cumpre dez penas de prisão perpétua. O reencontro, segundo a diretora Skye Borgman, foi devastador. “Ela saiu da prisão tremendo. Estava exausta emocionalmente, mas sentia que finalmente tinha encerrado uma etapa”, afirmou a cineasta em entrevista a Fox News Digital.

Durante a conversa de três horas, Kerri viu o pai alternar entre dois personagens: o homem que a criou e o assassino que atormentou o Kansas. Em um momento, Rader demonstrava afeto e nostalgia, querendo “apenas relembrar os velhos tempos”. No instante seguinte, quando confrontado com perguntas sobre os crimes, mudava o tom, tornava-se frio e manipulador. “Era como se eu não estivesse falando com meu pai, mas com outra criatura”, relatou Kerri.

Quando questionada sobre anotações encontradas em um caderno antigo, nas quais Rader mencionava o nome dela em uma fantasia de violência, ele negou e a acusou de tentar “ficar famosa”. O diálogo terminou em uma explosão de raiva contida por décadas. Kerri disse ter sentido “um vazio absoluto” e entendeu que aquele seria o último contato entre os dois.

O trauma herdado e a busca por respostas

A relação entre pai e filha sempre foi marcada pela contradição. Para Kerri, a revelação de que o homem que a ensinou a pescar e a escoteira que a guiava era o BTK destruiu a base emocional da família. Desde então, ela tenta equilibrar a necessidade de justiça com o desejo de preservar sua saúde mental.

No documentário, Kerri expressa preocupação de que o pai possa ter cometido outros assassinatos ainda não descobertos. “Se ele fez mais vítimas, precisamos saber antes que ele morra”, afirmou. Essa busca pela verdade, no entanto, tem um preço alto: reviver memórias dolorosas e se deparar com a ambiguidade de sentimentos que ainda carrega.

Segundo a diretora Borgman, o processo de filmagem ajudou Kerri a perceber que “o homem amoroso que ela conheceu e o assassino BTK são duas faces irreconciliáveis de uma mesma pessoa”. Hoje, ela mantém distância total do pai e interrompeu qualquer tipo de comunicação, concentrando-se em reconstruir sua própria identidade fora da sombra dos crimes de Rader.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.