Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá Pimentel, teve seu passado criminoso exposto durante a cobertura do sequestro que comoveu o Brasil em 2008. A adolescente de 15 anos foi mantida refém por mais de 100 horas pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, em Santo André, no ABC Paulista. A tragédia terminou com a morte de Eloá e ferimentos graves em sua amiga, Nayara Rodrigues.
Enquanto o país acompanhava o desenrolar do caso ao vivo pela televisão, a figura abatida de Everaldo, que chegou a passar mal e ser atendido em uma ambulância, acabou sendo reconhecida por policiais de Alagoas. A partir daquele momento, uma história paralela começou a emergir, revelando que o pai da jovem era, na verdade, um foragido da Justiça com condenações graves por homicídio.
Do grupo de extermínio à nova identidade

Antes de ser conhecido como o pai da menina cuja morte comoveu o país, Everaldo era apontado como integrante da “Gangue Fardada”, um grupo de extermínio formado por agentes de segurança pública que atuou em Alagoas na década de 1990. Condenado à revelia a 33 anos de prisão pelo assassinato do delegado Ricardo Lessa e de seu motorista em 1991, ele fugiu do estado e se estabeleceu em São Paulo sob uma nova identidade: Aldo José da Silva.
Durante cerca de 15 anos, Everaldo manteve uma vida discreta, trabalhando como segurança e criando uma nova família. Nem os parentes sabiam de seu passado. Essa história começou a vir à tona quando a tragédia envolvendo Eloá ganhou dimensão nacional.
Reconhecimento em rede nacional
As câmeras de TV, que transmitiam o sequestro quase em tempo real, acabaram registrando a imagem de Everaldo sendo socorrido. Um pequeno sinal próximo ao nariz chamou a atenção de investigadores alagoanos que há anos o procuravam. A coincidência levou à confirmação de sua identidade e à retomada das buscas.
Everaldo foi preso em dezembro de 2009, em um sítio de familiares em Maceió. Ele cumpriu pena em regime fechado até 2014, quando obteve o direito ao regime semiaberto.
Em entrevista concedida ao Fantástico em 2012, Everaldo negou envolvimento em homicídios e afirmou não ter recebido julgamento justo. Na ocasião, relatou o desespero ao ver a filha refém na janela do apartamento. “Quando vi a minha filha na janela, o coração explodiu. Eu sinto muito não ter chegado lá para tentar resgatá-la”, afirmou.
Vida após a prisão

Desde que deixou o regime fechado, Everaldo mantém uma vida reservada em São Paulo. Seu advogado, Thiago Pinheiro, declarou ao g1 em 2023 que ele “vive tranquilo com a família, aguardando a liberdade plena”. Segundo o defensor, pedidos de progressão de regime já foram apresentados à Justiça, mas ainda não obtiveram resposta.
O ex-cabo da PM evitava aparições públicas, mas aceitou dar depoimento no documentário Caso Eloá: Refém ao Vivo, lançado pela Netflix em 2025. Na produção, ele aparece emocionado e revela que chegou a ter boa relação com Lindemberg. “Passei a gostar dele pela sinceridade, tinha ele como filho. O que podia fazer por ele, eu fazia”, disse na gravação.
O medo que persegue o assassino de Eloá
Enquanto o pai da vítima tenta reconstruir a vida, o nome de Everaldo ainda causa temor em Lindemberg Alves, condenado pela morte de Eloá. No livro Tremembé, do jornalista Ullisses Campbell, o autor relata que o preso vive em constante vigilância, acreditando que o ex-sogro possa buscar vingança.
Segundo a obra, Lindemberg muda a aparência durante as saídas temporárias e evita circular pelos arredores da penitenciária. “Ele acredita que seus algozes estão sempre à espreita, prontos para cumprir um plano de vingança”, descreve Campbell (via correio24horas).
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