O thriller A Mulher na Cabine 10, escrito por Ruth Ware e publicado originalmente em 2016, ganhou recentemente uma adaptação pela Netflix, dirigida por Simon Stone. O filme, estrelado por Keira Knightley, transforma a história original em uma narrativa mais moderna e dinâmica, sem perder o mistério que tornou o livro um sucesso internacional.

Na trama, Laura “Lo” Blacklock é uma jornalista que embarca em uma luxuosa viagem a bordo do iate Aurora, pertencente ao casal bilionário Richard Bullmer (Guy Pearce) e Anne Lyngstad (Lisa Loven Kongsli). O que deveria ser uma reportagem glamourosa sobre turismo e filantropia se transforma em um pesadelo quando Lo acredita ter testemunhado um assassinato durante a noite. A partir daí, a história se divide entre o que ela viu, o que ninguém acredita e os segredos obscuros escondidos naquele cruzeiro.
Mudanças no perfil de Lo
Uma das principais alterações entre o livro e o longa está na própria protagonista.
Nos livros de Ware, Lo é uma jornalista de viagens que trabalha para a revista Velocity, além de enfrentar problemas de ansiedade e o uso de antidepressivos, o que a torna uma narradora pouco confiável. Já na versão da Netflix, Lo é repaginada como uma repórter do jornal The Guardian, acostumada a matérias sérias e de cunho investigativo. Essa mudança amplia seu perfil profissional e confere mais firmeza à personagem.
No filme, a heroína não sofre o assalto que marca o início da obra literária. Em vez disso, seu trauma vem de uma lembrança sombria: a morte de uma fonte durante uma reportagem, fato que a persegue e influencia suas ações ao longo da trama.
O romance e as relações pessoais
O longa também elimina um personagem importante do livro, Judah, o namorado de Lo, que é informado erroneamente sobre a suposta morte da jornalista.
No filme, Lo aparece solteira, o que reforça sua independência e foco profissional. O vínculo afetivo mais relevante é com Ben (David Ajala), um ex-namorado e fotógrafo a bordo do iate. A relação entre os dois ganha destaque na adaptação e serve de apoio emocional à protagonista, embora o desfecho trágico de Ben traga ainda mais peso à narrativa.
A misteriosa mulher na cabine 10
Tanto no livro quanto no filme, a figura da mulher na cabine 10 é central para o mistério. A diferença está em como Lo cruza o caminho dela.
Na obra de Ruth Ware, Lo bate à porta da cabine para pedir emprestado um rímel, e essa breve interação planta a semente da dúvida. Já na adaptação, a cena é reformulada: Lo entra por engano na cabine, acreditando ser a sua, e se depara com a enigmática mulher saindo do chuveiro. Esse novo encontro acrescenta uma tensão imediata e um tom cinematográfico mais intenso.
Carrie, Anne e o plano de Bullmer
O enredo envolvendo Carrie, a mulher que assume a identidade de Anne, também sofreu alterações significativas.
Nos livros, Carrie mantém um caso amoroso com Richard Bullmer e acredita que, após a morte da verdadeira esposa, poderá ficar com ele. No filme, porém, a motivação é puramente financeira. Carrie é contratada para se passar por Anne, permitindo que Bullmer altere o testamento da esposa e herde toda a fortuna, desviando-a de causas beneficentes.
Outra grande diferença está no crime em si. No romance, é Carrie quem joga Anne ao mar após um confronto, enquanto na versão da Netflix o próprio Bullmer comete o assassinato e tenta encobrir o crime com ajuda de cúmplices, incluindo o médico da bordo, Dr. Robert Mehta (Art Malik).
Um novo clímax e desfecho
O final da adaptação é muito mais cinematográfico do que o da obra original.
No livro, Lo e Carrie se unem para enganar Bullmer, trocam de roupas e tentam escapar do iate, o que leva a uma fuga tensa até a costa da Noruega. Bullmer é encontrado morto, e o mistério de quem o matou permanece parcialmente em aberto.
Já o filme aposta em um clímax explosivo durante um baile de gala, onde Carrie, ainda disfarçada de Anne, é forçada a assinar um falso testamento. Lo surge para desmascarar a farsa diante de todos, provocando uma reação desesperada de Bullmer. O vilão acaba morto por Sigrid, chefe de segurança e antiga aliada de Anne, em um desfecho de pura catarse.
Na cena final, Lo escreve um artigo sobre o caso, preferindo destacar o legado filantrópico de Anne em vez dos crimes cometidos por Bullmer. Ela recebe uma mensagem de Carrie, viva e escondida, encerrando a história com um tom de reconciliação e sobrevivência.
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