A terceira temporada de Round 6 chegou ao fim com um desfecho tão explosivo quanto simbólico, encerrando de forma marcante um ciclo no território sul-coreano. No entanto, a grande pergunta que ficou no ar após os últimos acontecimentos foi: a infame ilha dos jogos foi realmente destruída? Segundo o criador da série, Hwang Dong-hyuk, a resposta vai muito além do literal, mergulhando nas entrelinhas da crítica social que permeia a produção.
Gi-hun e Jun-ho encerram um capítulo sangrento
O personagem central da trama, Gi-hun (interpretado por Lee Jung-jae), encerra sua jornada de forma trágica e heroica. Em um gesto final de sacrifício, entrega a própria vida para salvar o bebê nascido durante os jogos, em um dos momentos mais emocionantes da temporada. Paralelamente, o policial Jun-ho (Wi Ha-joon), irmão do enigmático Front Man (Lee Byung-hun), consegue finalmente localizar a ilha onde os jogos são realizados e aciona a Guarda Costeira.
Diante da iminente invasão das autoridades, o Front Man ordena a evacuação imediata da instalação e ativa um protocolo de autodestruição, que culmina na explosão da ilha. Tudo indica que o local, que abrigava as competições mortais, foi reduzido a ruínas, apagando pistas e registros do que ali acontecia.
A destruição física não significa o fim do jogo
Apesar da destruição aparente da ilha, a série lança dúvidas sobre o verdadeiro fim dos jogos. Uma participação especial da atriz Cate Blanchett no episódio final levanta a possibilidade de que as competições continuem em outros lugares do mundo. Em uma cena impactante, ela surge como uma recrutadora, jogando o tradicional “ddakji” em solo estrangeiro, sugerindo que a estrutura dos jogos permanece viva fora da Coreia do Sul.
Essas pistas se confirmam em Squid Game: In Conversation, programa especial da Netflix em que Hwang Dong-hyuk comenta os rumos da trama. Ele afirma que os eventos da terceira temporada, com o sacrifício de Gi-hun e a denúncia de Jun-ho, conseguiram de fato acabar com os jogos em território coreano. No entanto, o criador destaca que a série é, antes de tudo, uma metáfora para a competição implacável do mundo capitalista, e que enquanto essa lógica persistir, os “jogos” continuarão acontecendo em outras formas e locais.
Capitalismo como vilão global e metáfora recorrente
Hwang não esconde a intenção de usar Round 6 como um espelho da realidade. Para ele, o jogo representa um sistema social regido por desigualdades brutais, onde a sobrevivência depende da eliminação do outro. Assim, mesmo que os jogos na Coreia tenham sido encerrados com sucesso, isso não significa que a ameaça tenha desaparecido. “Enquanto o mundo real continuar o mesmo, os jogos não vão parar”, afirmou o criador.
Essa abordagem não apenas reforça a crítica estrutural da série, como também abre espaço para futuras temporadas em cenários internacionais. O universo de Round 6 pode ser transferido para outros continentes, com novos personagens e dinâmicas, sem perder sua essência perturbadora.
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