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Tirando o mofo – Brütal Legend

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Negócio é o seguinte, a partir de hoje vou começar a escrever uma série de artigos relatando minhas experiências “gamísticas” com diversos jogos por ai. Pretendo falar tanto de jogos antigos como de jogos não tão antigos assim, alem de tentar elencar os pontos positivos e negativos de títulos que marcaram época e que me fizeram perder horas na frente do console/PC. Alem disso, pretendo verificar se o que me impressionou foi, de algum modo, o que impressionou a outros jogadores que por ventura tenham tido a oportunidade de jogar os games que eu.

O jogo que eu escolhi pra começar essa bagaça foi Brütal Legend. Tá, eu sei que existem diversos outros títulos muito mais adequados pra começar uma série desse estirpe aqui no site, mas resolvi escolher esse game em especial por um conjunto de fatores que logo vou descrever adiante. E se você acha que ele só saiu esse ano, engana-se, pois inicialmente o jogo saiu pra Xbox 360 e PS3 lá em 2009.

Pra começo de assunto, Brütal Legend é um jogo épico. Entretanto, não é destinado a qualquer jogador por ai, pois pra ser tão significativo quanto foi pra mim é necessário que o jogador faça parte de um grupo seleto de pessoas que curtam balançar as suas cabeças loucamente ao som de guitarras distorcidas e vocais marcantes, caso contrário, muitas referencias passarão desapercebidas.

Vamos do começo, eu sou aquele tipo de cara que foi um baita nerd quando moleque. Apanhava no colégio por gostar de Star Wars, não fazia muito sucesso com a mulherada – não que eu faça muito hoje em dia, mas ai é outra história -, preferia ficar jogando RPG com uns amigos do que ir jogar futebol na praia e blá blá blá. Alem dessas diferenças, sempre preferi o bom e velho rock n’ roll ao invés de curtir “as modinhas da rádio“. Passei toda a minha pré adolescência ouvindo clássicos e risadas por parte de alguns por preferir músicas antigas de bandas que nem existiam mais. Dito isso, acho que dá pra perceber que o estilo de música que eu gosto tem uma importância muito grande na minha vida, afinal de contas ela vem me acompanhando desde que me conheço por gente. De nerd passei a metaleiro inveterado e hoje sou uma mistura dos dois, de melhor forma que consigo.

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Não era bem isso que eu tinha em mente…
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A primeira vez que ouvi falar de Brütal Legend foi lá em 2008 quando alguns rumores começaram a sair por ai, mas como demorei muito tempo pra por as mãos em um Xbox 360, não joguei o dito cujo até esse ano quando ele foi lançado pra PC. Imagine então uma pessoa como eu, que curte tanto jogos como rock n roll, encontrar um produto no mercado que mistura tudo de uma forma magnânima. Sim, isso é Brütal Legend. A melhor forma que encontrei para definir o jogo foi dizer que ele é um mistura insana entre God of War e School of Rock.

O jogo começa te mostrando um pouco da vida de um Roadie atual que trabalha pra uma banda de “pseudo rock n’ roll“, e uma das frases que resume bem esse inicio do jogo e que é também é uma das questões mais levantadas pelos headbangers de plantão é: “você já teve a sensação de que nasceu na época errada?”. Depois disso e de mais uma firulagens, você se pega no meio de uma batalha, empunhando uma machado enorme, destroçando inimigos e arrancando cabeças ao som de Children of the Grave, uma das músicas mais épicas do glorioso Black Sabbath.

Lembra que eu falei que o jogo não é destinado à qualquer jogador? Então, se você não for um headbanger, provavelmente não vai entender metade das coisas que acontecem na história. Existem várias referências a história do heavy metal que são muito bem inseridas nas mainline do game, como por exemplo, a “guerra” entre o heavy metal e o “hair metal” que aconteceu lá nos anos 80. Pra quem não sabe, bandas com um estilo mais alternativo e com um visual andrógeno e carregado começaram a fazer um som mais comercial e consequentemente, ganhar um espaço maior no mercado musical da época. Do nada, bandas como Poison, Ratt e Mötley Crüe começaram a fazer um sucesso imenso e fazer com que Headbangers musculosos e com o cabelo mais enfaranhado do que ninho de rato pintassem as unhas e usassem batom. Tudo isso levantou uma discussão sobre a troca do “legado” que o heavy metal tinha, por um punhado de trocados.  Nessa época inclusive, grandes bandas tradicionais quase foram a falência enquanto outras simplesmente juntaram-se ao movimento.

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Ozzy Osbourne - de príncipe das trevas à rainha da noite.
Ozzy Osbourne – de príncipe das trevas à rainha da noite.

Outra referência bem bacana são os escravos das minas que você liberta logo no início do jogo. Homens que são obrigado a quebrar pedras somente com o balançar de seus pescoços e com a força das suas cabeça, ou seja, o típico headbanger oitentista. Alem de tudo isso, você vai encontrar uma penca de músicos famosos pelo jogo que te ajudarão de formas bem diferentes, e personagens baseados em lendas músicais, com esteriótipos exagerados e ideologias bem extremistas.

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Deixando as referências de lado e falando um pouco da mecânica do jogo, tudo gira em torno da quantidade de pancadas que você pode dar com o seu machado e com a sua guitarra. Alem disso, você tem um carro personalizável pra andar por ai, já que diferente do que alguns pensam, o mapa é aberto mais ou menos no bom e velho estilo GTA. O ainda jogo mistura batalhas solo com batalhas mais táticas, onde você tem que posicionar seus exércitos da melhor forma que conseguir,  visando a dominação de pontos estratégicos no mapa, mais ou menos como se fosse um tower defense demoníaco.

Na realidade, o sistema de batalhas é meio fraco se for analisado profundamente. Mesmo eu tendo dito que lembra God of War, Brütal Legend está muito longe desse clássico do PS2, mas mesmo assim agrada por seus combos simples e jogabilidade limpa. Você não vai ter que se preocupar em apertar vários botões em sequencia e nem torcer pra que você tenha decorado corretamente aquele combo enorme que tenta a alguns dias, pois  basta bater as mãos no mouse que alguma coisa vai sair. Esse talvez seja um dos pontos mais críticos que definem se você vai ou não gostar do jogo, mas como já disse antes, com o enredo do game, esse foi um dos últimos quesitos com que me importei.

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Pra mim, o jogo marcou principalmente por transformar a história do meu estilo musical predileto em algo mais mitológico e com um mundo próprio, onde personagens marcantes viram entidades superiores e acontecimentos bizarros tornam-se parte de uma história muito sólida e bem elaborada. Pra resumir tudo, o jogo é um poço de referências ao heavy metal, de humor e de batalhas sangrentas regadas a boa música –tá, depende do ponto de vista – , tudo isso misturado com muita criatividade. O jogo realmente me impressionou bastante e com certeza entrou pra minha lisa de “merecem ser jogados”. Sei que provavelmente muitas das minhas opiniões expostas aqui são contrárias a de alguns leitores, mas pelo menos assim a gente pode debater um pouco sobre o assunto. Espero que vocês tenham aprovado a iniciativa, e semana que vem tem mais!

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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.