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Sound Test: Super Meat Boy

Olá amigo gamer, tudo jóia? Hoje aqui no Sound Test – para variar – separei mais uma trilha sonora de um grande hit indie. Lançado originalmente em 2008 como um game em Flash, Super Meat Boy ganhou sua versão definitiva em 2010 quando foi lançado para XBOX e PC.

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Logo de cara, o game produzido pela dupla Edmund McMillen e Tommy Refenes, foi um sucesso, refletindo nas vendas e prêmios. Entre os prêmios, Super Meat Boy levou o de jogo mais desafiador de 2010 pela IGN e também foi nomeado para melhor trilha sonora e melhor design retro. Além dos prêmios, o jogo foi muito bem avaliado por revistas e sites especializados, sempre com as notas mais altas, como é o caso do Metacritic e PC Gamer, ambas com 90/100. Vale mencionar que a revista oficial do Xbox no Reino Unido avaliou Super Meat Boy como um game 10/10.

Se, por um acaso você não conhece o jogo ainda eu explico. O jogo produzido pela Team Meat é um plataformer onde os segundos são importantes e os níveis são rápidos. O objetivo é simples, você controla Meat Boy, um ser feito em carne viva e seu objetivo é salvar a Bandage Girl (Menina Curativo em tradução livre) do maléfico Dr. Fetus. A história nada tem de original e já vimos esse tema usado a exaustão nos games. O diferencial de Super Meat Boy é, de fato, seu gameplay e controles desafiadores.

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Para ter sucesso no game você vai precisar de pensamento rápido, um bom controle (aguenta porrada) e os nervos de aço, porque inevitavelmente você vai se irritar com frequência em vários níveis do game. Tudo isso se equilibra bem com uma pegada mais bem humorada, trilha sonora dance socadona e seu visual retro, que agrada tanto gamers moderninhos quanto os saudosistas de plantão.

https://www.youtube.com/watch?v=dyBm2R4SiFM

Como foi mencionado anteriormente no texto, o game conta com uma trilha sonora digna de prêmios. A ost exclusiva de Super Meat Boy foi composta por Danny Baranowsky, que já é uma figura ilustre do circulo de trilhas sonoras e games nos EUA. O norte-americano foi responsável por trilhas excelentes como as dos games The Binding of Isaac, Canabalt, Desktop Dungeons e Crypt of The Necrodancer (um dos meus preferidos na atualidade).

Danny foi generoso ao montar a trilha sonora oficial e juntou nessa obra 34 faixas, que somam cerca de 1h:40min de composições originais. Mas não pense que essa trilha é como as outras que tem algumas musicas e uma série de barulhos e sons de ambientação. Não. Nessa ost temos 34 faixas bem construídas com começo meio e fim.

A distribuição das faixas nesse álbum é muito boa, na primeira parte temos as musicas padrão do game, que são ouvidas durante os diferentes níveis, mundos e cut-scenes. Depois disso temos a sessão de versões retro que tocam nos níveis warp-zone (os mais divertidos e irritantes) e por fim temos os remixes.

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Para mim, o grande impacto dessa trilha acontece logo no começo com a faixa Forest Funk (terceira do álbum). Nessa musica Danny já dá uma marretada em nossos ouvidos com graves profundos e emenda isso num batidão bastante distorcido e funkeado.

É bastante interessante ouvir como o compositor faz um emaranhado de sons nessa faixa. Temos o baixão e a bateria cravados no 4/4 e ao redor dessa base vai inserindo guitarras e linhas de sintetizador. Especialmente nessa faixa temos linhas e solos bastante contagiantes e uma variedade de timbres que enriquecem a faixa. Recomendo fortemente que escute esse som com um bom fone de ouvido para conseguir ouvir bem seus graves potentes e pegar os detalhes.

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Forest Funk é um dos casos em que temos uma versão retro. Cheia de sons clássicos e saudosistas, a versão chiptune hardcore dessa faixa não deixa nada a desejar. Apesar de não ser minha faixa retro preferida é certamente a segunda escolhida. Escuta ai e tire suas próprias conclusões.

No caso da Forest Funk as duas versões ficaram praticamente no mesmo patamar de qualidade, mas não é a regra das versões retro da ost. Temos casos em que a versão retro ficou pior que a original e também temos o caso inverso, onde a versão retro superou sua gêmea.

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No caso das faixas Betus Blues e Can O’ Salt a execução ficou um pouco menos interessante que a versão original. Nada muito grave, mas ficam devendo um pouco quando comparadas com Hot Damned, que foi a melhor versão retro do álbum e também supera a original.

De modo geral, a trilha sonora do game, que é uma mistura de dance, rock e chiptune, segue um tom mais alegre e expansivo, combinando timbres nostálgicos, batidão poderoso e duetos de guitarra. Tudo isso ajuda na criação de uma identidade bastante peculiar na obra de Danny Baranowsky.
Acredito que duas musicas que podem sintetizar bem esse trabalho são as faixas Fast Track e Dr. Fetus’s Castle. Em ambas temos um ritmo acelerado, cheio de detalhes com várias camadas e instrumentos em abundância. Recomendo que escute essas duas faixas e preste atenção em todos os elementos que fazem da ost de Super Meat Boy uma bela obra, em especial as linhas de solo e os sonzinhos de videogame.

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Infelizmente nem tudo brilha no álbum do Sr. Baranowsky, e o fato ser uma ost com 34 faixas deixa muito espaço para obras um pouco repetitivas e monótonas, que soam quase dissonantes quando ouvimos. Outro ponto negativo do álbum são as variações de volume que acontecem entre as músicas. As faixas que mais me desagradaram foram Larries’ Lament e Meat Metal.

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A primeira delas segue um tom mais orquestral e que quebra um pouco o passo acelerado e alegre da trilha. Apesar de não ser uma obra ruim, ela apresenta poucas variações e uma pobreza de instrumentos, que são encontrados em abundância em outras faixas. Talvez se o compositor tivesse arriscado um pouco mais em Larriess Lament com algum tipo de linha solo a faixa teria se salvado.

Outra faixa que me irrita um pouco é a Meat Metal com seu volume mais alto que o resto das faixas e a linha vocal sofrida. Apesar de ser uma das duas musicas com vocal, Meat Metal deixa muito a desejar com seu vocalista sofrendo de dor de barriga. Até entendo que essa composição tente ser engraçada, mas simplesmente machuca os ouvidos.

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Finalizando a review, eu quero falar de musica boa. Separei para o encerramento mais duas faixas que não podem passar desapercebidas. A primeira delas é o remix Mattia’s Manmeat Mix, nessa faixa temos um catadão das linhas e riffs mais marcantes da ost. Tudo com uma cara mais contemporânia e sons eletrônicos comuns na dance music.

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A última musiquinha do sound test de hoje é a Carmeaty Burana, uma faixa épica e orquestral, que se mantém fiel ao tema da ost. O título dessa musica é uma clara referência a musica clássica Carmina Burana. Nessa faixa podemos ver a versatilidade do compositor e o quanto ele entende de musica, pois cria melodias separadas por instrumentos e casa tudo numa obra solida e coesa. Sem falar da bateria com muito punch e os violinos matadores durante toda a faixa.

É difícil não colocar a trilha de Super Meat Boy entre as melhores, porque temos uma ótima variedade de faixas, todas bem construídas coerentes entre si. Sem falar da riqueza de timbres e a qualidade do produto final. Danny entregou uma trilha sonora que contribuiu muito para o gameplay e na dinâmica do game. Se você curte musiquinhas de game, essa ost é uma must listening tanto por seu papel icônico em um game indie igualmente icônico, tanto por suas referencias retro de chiptune.

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Recomendo que você ouça as faixas e preste uma atenção especial na ost enquanto joga o game, tire suas próprias conclusões sobre ela. Felizmente a ost de Super Meat Boys, é mais uma das várias trilhas disponíveis no bandcamp. Se quiser conhecer os outros trabalhos de Baranowsky visite a pagina do artista clicando aqui.

Por hoje é só pessoal, se você ainda não jogou Super Meat Boy fica aqui a dica para você deixar esse game no seu radar e compra-lo assim que tiver a oportunidade. Também aproveito o final para pedir sua ajuda. Sim. Ajude comentando e dando sua opinião sobre a ost de hoje e também sugerindo uma possível pauta para os próximos Sound Tests. Até mais, Keep Gaming.

Lista completa de faixas:

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Rodrigo Roman
Rodrigo Romanhttps://bandcamp.com/rodrigoroman
Rodrigo R. Roman é nosso colaborador e escreve principalmente sobre trilhas sonoras e jogos de PC, além de ser nosso Rique favorito. Participante eventual do Critical Cast e dono do canal Siga Bem, Amigo Gamer, Rique ainda trabalha na Chamex e é disparado o melhor passador de guarda do site.