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Sound Test: FEZ

Saudações amigos! Hoje é com enorme satisfação que dividirei minhas impressões de uma das OSTs que melhor sintetiza a união entre o contemporâneo e o retrô. Nesse sound test vou falar um pouco sobre FEZ, um joguinho muito simpático e divertido de se jogar. FEZ, antes de tudo é uma obra de arte, tanto por seu gameplay interessantíssimo, seus gráficos originais e sua trilha sonora marcante. A premissa é simples, você controla Gomez, um ser que vive num mundo bidimensional e tem uma vida tranquila até que descobre um artefato mágico. Esse artefato faz com que Gomez tenha o poder de acessar a terceira dimensão, ou seja, FEZ é um game 2D em um mundo 3D. Isso é uma grande sacada!

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FEZ foi produzido pela Polytron Corporation e lançado no início de 2012. O game foi um grande hit, e se consagrou levando prêmios relevantes no mundo dos jogos eletrônicos. Entre eles, FEZ levou o prêmio de jogo do ano pela Eurogamer e de melhor história e design de mundo pela Indiecade. Até o final de 2013 o jogo teve 1 milhão de cópias vendidas considerando todas as plataformas.

De fato, FEZ é um dos jogos esteticamente mais interessantes que já joguei, com seu visual retrô vibrante e original, mistura o sentimento de nostalgia dos jogos antigos e a profundidade que temos nos games contemporâneos.  Isso também acontece na trilha sonora do game, temos umas mistura da clássica chiptune e musica ambiente com muitos barulhinhos e samplers moderninhos.

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O responsável pela trilha sonora original de FEZ foi Rich Vreeland, que também é conhecido como Disasterpiece, e é especialista em sound design para games. O trabalho mais expressivo do Disasterpiece até hoje foi a ost de FEZ, mas ele tem contribuições em vários jogos e em especial Bomberman Live e Bit.Trip Runner 2. De modo geral a trilha sonora de FEZ contribui muito para o conjunto da obra e é a principal responsável pela imersão no game criando uma atmosfera bastante peculiar. A trilha sonora é espacial, vasta, cheia de glitchs, sempre inserindo elementos chiptune na medida certa. Tudo isso contribui muito para a criar o ambiente do game que foca  a exploração, contemplação e resolução de quebra-cabeças.

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A trilha é composta por 23 faixas que variam de 9min à 1:30min, passando por composições completas até faixas de pura ambientação. Todas as faixas, no entanto, são muito bem acabadas e equilibradas entre si. Grande ponto positivo dessa ost é que é um trabalho muito coeso e agradável de ouvir durante o gameplay e também sozinha como obra completa em si. Hoje separei três faixas que são must listening pra você que é chegado em trilha sonora de games.

Adventure é a primeira música que se escuta no game e é também a primeira faixa do álbum. Nessa música já conhecemos todos os elementos que fazem dessa ost um bom trabalho. Aqui nos temos ótimos timbres de chiptune, uma ambientação espacial e uma harmonia bastante simpática.  A composição tem boas variações e gostei bastante do modo como ela vai crescendo e acrescentando camadas até o final faixa, que desaparece num fade out natural. Boa notícia é que Adventure é uma das musicas free da OST e você pode baixar e ouvir.

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Avançando na brincadeira temos a Glitch. Nessa faixa, Disasterpiece mete um batidão de hip-hop cheio de glitchs e sonzinhos de videogame. Apesar de essa composição ser mais hardcore com ganhos estourados e distorções, ainda assim a faixa mantém a ambientação característica do álbum.

Podemos perceber que, por de trás das batidas rápidas e pesadas, existe uma harmonia tranquila e cheia de linhas com samplers que emulam o som daquele nintendo antigo. A meu ver, a Glitch e a faixa anterior Sync deveriam ser uma só. Se fossem uma composição só teriam levado o prêmio de melhor faixa do álbum, mas infelizmente não foi assim que nosso amigo Vreeland quis. Eu recomendo escutar sempre as duas juntas. Ouça ai a Glitch:

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A ultima faixa escolhida é a Majesty, que tende mais para o lado contemplativo e ambiente. Palavras como espacial, vasta e profunda deve ser o que a maioria do pessoal pensa enquanto escuta essa faixa. Majesty é dessas que se encaixam bem em qualquer título de RPG ou um dos games com a tag Story Rich da Steam. Também nessa linha musical temos faixas como a Compass e Home. Sugiro fortemente que você dê uma escutada nessas outras duas musicas.

Infelizmente nem tudo é rosa na trilha sonora de FEZ. Eu posso pensar em algumas faixas que deixaram um pouco a desejar, como é o exemplo da Beyond e da Progress. Beyond é minha grande decepção porque começa com uma pretensão pinkfloydiana, mas simplesmente não vinga, não desenvolve e morre com sua pretensão de grandeza e deixa o ouvinte se perguntando porque o Disasterpiece não quis terminar essa composição. Já Progress é um pouco desconexa e passa uma impressão de ser um ajuntado de ideias que não conversam entre si. Sem falar que é todos os elementos dessa faixa parecem estar no volume máximo e você não consegue discernir muito bem o que cada som significa. Talvez nosso compositor deveria ter gasto um pouco mais de tempo nessa faixa.

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No final das contas, o trabalho do nosso amigo Disasterpice foi bem feito e colaborou muito para o game play de Fez. Se você é desses que presta uma atenção especial a ost do game, esse é um trabalho que você precisa conferir, não só pela trilha, mas pela experiência proporcionada pelo game como um todo. O game é original e super imersivo, e vai fazer com que você gaste horas na frente do PC sem perceber.  Se você ainda não tem esse clássico indie na sua biblioteca trate de botar na sua wishliste e agarrar na primeira oportunidade. Se quiser saber mais sobre o game acesse o site oficial aqui ou pela steam aqui.

Por fim, confira a trilha sonora completa no bandcamp e tire suas próprias conclusões:

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Rodrigo Roman
Rodrigo Romanhttps://bandcamp.com/rodrigoroman
Rodrigo R. Roman é nosso colaborador e escreve principalmente sobre trilhas sonoras e jogos de PC, além de ser nosso Rique favorito. Participante eventual do Critical Cast e dono do canal Siga Bem, Amigo Gamer, Rique ainda trabalha na Chamex e é disparado o melhor passador de guarda do site.