Fala, galera, tudo bom com vocês? Vamos falar sobre a Nintendo? A companhia tem tomado porrada de tudo que é lado (inclusive daqui, inclusive mim, aliás, apesar de eu gostar da companhia) por causa do fraco desempenho do Wii U. Uma das soluções mais rápidas que muita gente tá sugerindo por aí é lançar jogos para Android e iOS. Mas essa é mesmo a solução? Eu acho que não.
A Nintendo é uma companhia que foi fundada no final do século XIX, quando nem os nossos avós eram nascidos. Desde os anos 80 do século passado, eles entraram no mercado de jogos e têm sido um dos líderes dele, seja em vendas, seja em inovação. Nem sempre essas tentativas de inovação deram certo (olá, Virtual Boy), mas é normal vermos a Nintendo arriscando algo primeiro e as outras companhias seguindo esses avanços caso eles sejam bem sucedido.
Infelizmente com o Wii U esse não é o caso por diversas razões. A primeira delas é que infelizmente o console está perto demais do preço do PlayStation 4. Não é questão de ser pobre ou rico, as pessoas vão comprar o que oferece o melhor custo benefício. Nem todo mundo tem dinheiro para comprar todos os consoles e todos os jogos, então o jeito é fazer um gasto inteligente, e o PS4, por custar apenas 100 dólares a mais que o Wii U e ter um suporte maior das publishers, além da PlayStation Plus que dá jogos de graça todo mês, acaba sendo a escolha primária, tanto que em dois meses de console, ele já ultrapassou as vendas do Wii U em mais de um ano de vida.
Por outro lado, o 3DS é um aparelho que anda muito bem, obrigado. Ele continua sendo o líder do mercado, tem vendido no Japão duas unidades ou mais para cada unidade de PS Vita que tem sido comercializada e nos EUA tem repetido esse desempenho. Com uma biblioteca de excelentes jogos e apoio das mais diversas publisers, além de uma porrada de jogos indie muito bons, ele seria o principal prejudicado caso a Nintendo desistisse de fabricar hardware e fosse fazer jogos para telefones celulares.
Imaginem comigo, a Nintendo lança Pokémon para o iPhone. Pra que diabos eu iria querer um 3DS então? Tomar essa decisão não resolve o problema do Wii U, cria um problema para o 3DS e coloca a companhia num patamar equivalente ao da SEGA, que quase sumiu do mapa após o fracasso do Dreamcast. A Nintendo tem sim é que arranjar um jeito de fazer o Wii U vender, ou, em último caso (o que eu duvido muito) sair do mercado de consoles caseiros.
Mas e como se resolve o problema do Wii U? Bom, eu já falei que o GamePad não é a killer feature dele e sim uma âncora que está prejudicando o console. Começar por aí, lançado uma versão de Wii U sem o GamePad por uns 200 a 250 dólares já torna o console bem mais atrativo, ainda mais que um Mario Kart novo está para sair. Vocês sabiam que o Mario Kart do Wii provavelmente foi o título com a maior taxa de lucro da história? A Nintendo não gastou muito para produzi-lo e lucrou mais de 1 bilhão, algo que geralmente só os Call of Duty da vida fazem. Apesar disso, Mario Kart vendeu pra caramba porque já havia um monte de Wiis nos lares americanos, não foi ele que fez o console deslanchar.
Caso a companhia quisesse usar as experiências do passado como exemplo, dá para se mirar no Wii e no 3DS como exemplos de como virar o jogo. Antes de mais nada, achar uma maneira de mostrar como o GamePad realmente pode ser usado (e aí sim fazer ele vender unidades, mas por que não numa versão separada do console?), assim como a Nintendo conseguiu mostrar diversas aplicações pro Wii Remote que realmente conquistassem os jogadores. Outro ponto importante é que o Wii era barato pra cacete, mesmo no lançamento ele custa US$ 250,00, enquanto o Xbox custava uns US$ 399,00 e o PS3 US$ 600,00. Mesmo que não seja para console principal, ainda é bem menos salgado gastar US$ 250,00 num console do que os US$ 300,00 a US$ 350,00 que a Nintendo tem cobrado atualmente.
Enfim, voltando ao assunto do título. A solução para os problemas da Nintendo passa bem longe da questão de lançar produtos para Smartphones, diferente do que um certo acionista da companhia pediu faz alguns dias. Aliás, se a Nintendo realmente fosse fazer o que ele sugeriu, lançar Mario para iOS e cobrar 99 centavos para que o personagem pule mais alto, era apenas por um motivo: a companhia está para quebrar e quer aproveitar para espremer até o último centavo que pode das franquias que ela ainda tem, não se importando com toda a reputação de líder e de respeito pelos jogadores que a companhia acumulou nesses mais de 30 anos de negócios no mundo dos videogames.
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