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Critical Hit: para que serve um micro console mesmo?

Fala, galera, tudo bom com vocês? Quem aí sonhou em ter um OUYA quando o Micro console Android que prometia democratizar o acesso a games e trazer o melhor do mundo mobile à sala de estar foi anunciado? Quantos de vocês chegaram a concretizar esse sonho? Quantos no mundo chegaram a fazer isso? Bem pouca gente, ao que tudo indica.

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E eu não consigo entender como alguém realmente acha que um console rodando Android vá servir pra algo além de ser uma máquina de emulação. Recentemente, a Amazon anunciou o Fire TV, um console que vai fazer streaming de jogos de verdade (ou seja, sua internet vai funcionar como streamer de um jogo processado num computador longe da sua casa), que vai funcionar com jogos do Kindle Fire e alguns jogos exclusivos, desenvolvidos pela Double Helix (aquela empresa que cuidou da primeira temporada de Killer Instinct e de Strider).

Qual a chance dum console com esse tipo de conteúdo vingar? Quase nenhuma, assim como o OUYA, que como único título realmente imperdível tinha Towerfall (que já está disponível numa versão bem melhor para PC e PS4) e o PlayStation TV, que vai servir para fazer streaming do PlayStation 4. Aliás, o PlayStation TV é o micro console com  melhor chance de sucesso, e ela nem é tão grande assim.

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OUYA, um ótimo console pra emulação e nada mais
OUYA, um ótimo console pra emulação e nada mais

Se pegarmos o retrospecto do PS Vita TV (nome dele lá) no Japão, o micro console vendeu menos de 150 mil unidades lá. Desde que foi lançado. Sério, esse é um retrospecto ridículo, um Nintendo 3DS vende mais no Japão em duas semanas do que o PlayStation TV vendeu desde o lançamento, exatamente porque a lista de features dele é tão baixa quanto a do PS Vita. Aliás, ela é menor do que a do PS Vita, ele roda alguns jogos de PS Vita, todos os jogos de PSP e de PlayStation One que o PS Vita rodam e pode fazer streaming do PlayStation 4, ou seja, você paga 100 dólares pra Sony para não ter o transtorno de levar seu PS4 do quarto pra sala e vice versa.

Se os consumidores não se sentem interessados em comprar um aparelho que faz streaming usando a própria rede da casa (muitas vezes mais rápida do que a internet contratada nos domicílios) eu não vejo como a proposta de fazer streaming de jogos vai dar certo. O PlayStation Now é um exemplo disso. Ele foi lançado, noticiado e tudo mais e ninguém mais fala dele. Ninguém mais abriu a boca pra dizer um ai, seja na mídia, seja no lado dos fãs, primeiro porque é um serviço caro, segundo porque a tecnologia não chegou lá ainda, terceiro porque vários jogos estão sendo relançados remasterizados, por que pagar 20 dólares por 90 dias de aluguel se eu posso comprar uma versão atualizada de um jogo? É irracional.

O Steam recentemente lançou uma ferramenta de streaming semelhante que é até interessante, onde o seu PC mais potente faz streaming para outras máquinas menos poderosas da casa, e é assim que esse tipo de tecnologia pode dar certo, sendo uma complementaridade, ou seja, você pega o seu notebook mais lento e usa ele pra isso como uma função adicional às que você usava no seu notebook, não como função principal, é um recurso novo que você dá a um aparelho que você já tinha. Você não comprou um notebook ruim só pra fazer isso. É uma boa sacada da Valve ter adicionado essa possibilidade sem cobrar um centavo a mais por isso, até porque se a companhia fosse fazer uso dessa funcionalidade cobrando pra fazer streaming de jogos grandes, provavelmente iria mexer num grande vespeiro com as grandes publishers e gastar numa infraestrutura que, por agora, seria subutilizada.

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Outro exemplo disso é o Nvidia Shield, o portátil que roda Android roda aqueles jogos meia boca de telefone, emuladores (que aliás são o melhor uso dele) e faz streaming de PC. É interessante a função, mas como o portátil tem uma série de funções secundárias (ou seja, nenhuma que vá fazer muita gente querer de fato um Shield), ele não vendeu. O resultado disso? O Shield 2 é um Tablet, afinal as pessoas se interessam por tablets e vai que ele venda mais assim.

Eu posso estar falando besteira, como volta e meia estou, mas eu realmente não vejo um futuro para os micro consoles, quanto mais um futuro onde eles sejam o futuro.

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.