Fala, galera, tudo bom com vocês? Quem aí já viu o tal do trailer de Hatred, aquele jogo onde você é um cara que está revoltado com a própria vida e decide se matar, mas antes disso levar o máximo de pessoas pra cova consigo? Bom, isso resume o jogo, já que o seu objetivo é pura e simplesmente matar, matar e matar.
Eu não preciso nem dizer porque o jogo causou uma polêmica desgraçada, não é? Mas o que pensar disso, será que esse trailer realmente impressiona alguém? Eu sinceramente tenho minhas dúvidas. A violência já é bem comum no mundo dos jogos há muito tempo, e outros títulos conseguem ser bem mais convincentes do que um jogo onde um cara genérico com uma voz de câncer de laringe decide sair metendo bala no que ele vê pela frente.
A diferença entre esse e outros jogos é exatamente a falta de um objetivo no game. Você só precisa matar pessoas e esperar ser morto eventualmente pelas ondas de policiais que vêm combater aquele louco que está atirando nas pessoas na rua sem motivo aparente, algo como um “Columbine Simulator”, que inclusive não é a primeira vez que é feito, mas sabe-se lá porque dessa vez acabou ganhando mais repercussão (um dos prós e dos contras de viver numa era onde a informação é praticamente instantânea).
A verdade é que eu não consigo sentir nada por esse jogo a não ser pena. O produtor do game é associado ao partido neo nazista da polônia (um país que sofreu com o nazismo e depois disso com o socialismo de Stalin de forma avassaladora) e eu até fico meio curioso como um idiota consegue acreditar num pacote de ideais que fodeu o país onde ele vive. Não que o fato do produtor ser neo nazista desqualifique tudo o que ele criou, mas Hatred dá toda a impressão de ser um jogo genérico e com apenas um objetivo: vender cópias para pessoas que querem fazer vídeos dele no Youtube para outras pessoas verem, comprarem o jogo, jogarem uma hora, verem que ele não tem muito mais graça do que isso e nunca mais abrirem o game.
É assim com muitos títulos atualmente, como os jogos de terror que surgiram após o lançamento de Slender (não Slender em si, mas os genéricos após ele) e com os mais diversos Simulators que têm por aí e que só me fazem sentir vontade de revirar os olhos. Eles não são exatamente jogos, ou melhor, até são formas de entretenimento eletrônicas que respondem a comandos, mas são expressões tão porcas de um tipo de entretenimento que estão à margem do que os games realmente podem proporcionar a uma pessoa.
No fim das contas, Hatred vai ser lançado em 2015 e até lá todo mundo vai ter esquecido dele. Quando sair, provavelmente vai ser lembrado novamente, exatamente pela hora de duração da “diversão” que ele proporcione. É possível que vá parar num daqueles programas de televisão apresentados por pessoas que não entendem porra nenhuma sobre games. Assim como é possível que ele simplesmente seja ignorado, afinal de contas, a única coisa que esse jogo gerou, pelo menos em mim, foi a indiferença.
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