Fala, galera, tudo bom com vocês?
Volta e meia me perguntam se vale a pena comprar um Xbox One já tendo um PlayStation 4, ou vice-versa, então eu decidi escrever o presente artigo. E aí, vale realmente a pena? Eu tenho um Xbox One e um PlayStation 4, e de cara, eu já respondo: não, não vale a pena, é um desperdício de dinheiro.
O porque disso já é uma resposta bem mais elaborada, então, pra aproveitar a buzzfeedização da internet e da minha própria mente, eu vou elaborar essa argumentação separando em vários itens. Vamos lá?
1. Haja dinheiro para isso
Não é só um console que você está comprando. É mais um controle (afinal você tem que jogar com os outros de vez em quando, não?) e mais uma assinatura da rede online do console para pagar todo mês. Só nisso, já se vão quase 350 reais a mais logo no primeiro ano de console, o que daria mais um jogo e meio (no mínimo) para o que você já tem.
2. Os consoles ainda são praticamente os mesmos
Não, eu não sabia que imagem usar pra ilustrar esse item. Ainda há muito poucos jogos diferentes entre o PS4 e o Xbox One que realmente justifiquem uma compra do segundo console. O PS4 saiu na dianteira nesse quesito no lançamento, já que ele trazia alguns jogos a mais, mas o Xbox One vem se recuperando aos poucos com uma boa quantidade de lançamentos exclusivos desde o ano passado, o que nos leva ao próximo item:
3. Praticamente não há exclusivos que justifiquem a compra de um segundo console
Sim, eu desisti de usar imagens para ilustrar itens. Enfim, duvida do que eu falei? Bom, vamos analisar um por um então os principais exclusivos dos dois consoles usando as notas deles aqui no Critical Hits:
PS4
Bloodborne
Bloodborne é um jogo a altura da genialidade de seu criador. Ele tem um design de cenários como poucos, um sistema de combate excelente e que proporciona momentos memoráveis. Veteranos de Dark Souls vão ter que mudar sua mentalidade de combate nesse jogo, mas a mudança é muito bem-vinda. Para completar, o game ainda tem belos gráficos e trilha sonora, ainda que alguns engasgos de performance e tempos de carregamento longos incomodem.
Nota: 10
Resogun
Resogun é um jogo incrivelmente viciante e nervoso, que encoraja o método de tentativa e erro, além de ser altamente rejogável. Com gráficos excelentes e uma mecânica de jogo impecável, o título da Housemarque se coloca entre os melhores títulos do console, se é que não o melhor.
Nota: 9
Infamous: Second Son
inFamous: Second Son é um jogo onde o objetivo é se divertir com poderes, como se você fosse um super herói. Apesar do jogo apresentar um sistema de “bem x mal”, ele é pouco explorado, assim como a história central do game. Se você procura uma boa história, isso pode ser uma decepção, mas a diversão do game é inegável. Entretanto, é difícil de chamar esse um jogo de nova geração, pois as novidades são bem poucas em relação aos antecessores do PS3. Vale a pena lembrar que o jogo oferece cerca de 10 horas de diversão.
Nota: 8
Killzone Shadow Fall
Killzone: Shadow Fall é um shooter satisfatório e serve pra passar o tempo, mas não espere um enredo complicado e profundo. Mesmo com os gráficos excelentes, o jogo acaba sendo meio confuso em várias partes com muita coisa acontecendo na tela, e algumas partes stealth e o excesso de inimigos em alguns trechos deixam o jogo frustrante. No entanto, é muito divertido sair metendo bala por aí, já que essa mecânica é muito bem desenvolvida pela Guerrilla Game
Nota: 7,5
The Last of Us: Remastered
The Last of Us Remastered é como uma versão “Director’s Cut” de um grande filme que saiu no ano passado. Tudo o que você amava nele está aqui, com algumas melhorias que certamente aumentam o prazer da experiência, mas no fim das contas a essência do jogo continua sendo a mesma. Você certamente vai se impressionar com os gráficos do jogo no PS4, mas devido ao que é apresentado, eu recomendaria que você aproveitasse alguma promoção, caso já tenha o jogo. Caso você nunca tenha jogado The Last of Us e tenha um PS4, esse é o primeiro jogo obrigatório do console. Vá compra-lo.
Nota: 10
Xbox One
Crimson Dragon
Crimson Dragon é um rail shooter divertido onde você finalmente realiza o sonho de voar um dragão. Está longe de ser o melhor título de lançamento do Xbox One, mas vale a tentativa.
Nota: 8
Dead Rising 3
Dead Rising 3 é o melhor título de lançamento do Xbox One e de longe o melhor exclusivo da plataforma. O jogo cumpre muito bem a função de demonstrativo da próxima geração, ao colocar hordas e mais hordas de zumbis atrás de você. Comece por Dead Rising 3 a próxima geração que você não vai se arrepender.
Nota: 8,5
Halo: The Master Chief Collection
Uma bela versão do diretor dos principais capítulos da franquia Halo, com todos rodando em 1080p e a 60 frames por segundo. Para quem não jogou os capítulos antigos da franquia e quer se preparar para Halo 5, esse título é imperdível, ainda que a 343 Studios tenha pecado com os problemas de matchmaking que duraram mais de um mês após o lançamento.
Nota: sem review
Killer Instinct
Killer Instinct volta ao Xbox One oferecendo sólido gameplay, mas tem muito pouco conteúdo disponível atualmente. É um bom jogo, mas talvez não justifique o investimento de 20 dólares nele agora, quem sabe mais pra frente, com todos os personagens liberados e mais modos de luta, ele valha, mas agora, parece mais uma demonstração do que um produto final.
Nota: 7,5
Ryse: Son of Rome
Ryse promete muito e entrega quase nada. O jogo precisaria ser bem mais trabalho para realmente ser bom e o máximo de emoção que você vai expressar enquanto joga é um “meh”.
Nota: 5
Screamride
Screamride é um jogo três em um que tem dois modos divertidos (apesar de não espetaculares) e um modo bem chato. Há bastante conteúdo para você se entreter aqui, se você gostar de montanhas russas sem Kinect e de destruir prédios e simulações físicas. Quem gosta de brincar de construir coisas, pode acabar se divertindo no modo de construção também, apesar de eu ter achado ele o mais chato dos três. Só não compre o jogo achando que ele é um simulador de parque de diversões. Ele não é.
Nota: 7
Sunset Overdrive
Sunset Overdrive é a epítome do ame ou odeie. Pra mim, ele é um jogo adolescente que faz de tudo para ser aceito como cool e fracassa exatamente por se esforçar demais nessa tentativa, me fazendo rolar os olhos e bufar mais vezes do que eu consegui contar. O estilo de combate é interessante, mas nada legal com quem está começando a jogar o game e pode se provar frustrante às vezes, pois ele é extremamente punitivo com quem não segue a ordem de SEMPRE estar deslizando ou pulando em algo. Quer atirar do chão uma vezinha antes de voltar a deslizar? Pode ser uma péssima escolha.
Nota: 7,5
Titanfall
Titanfall reúne a mistura de diversos clássicos dos jogos de tiro em primeira pessoa e cumpre muito bem o papel de apresentar uma alternativa aos que estão cansados dos títulos de sempre. O jogo é divertido, muito fluído e dá a oportunidade a você escolher um estilo de combate próprio, além de mostrar do que a próxima geração é capaz.
Nota: 9,0
4. Vale mais a pena colocar esse dinheiro todo em outro investimento
Onde? Num PS Vita? Tá louco, só se você quiser um pegador de poeira de quase 700 reais em casa. Eu acho que o melhor segundo console que você poderia comprar é o Wii U. Ele é praticamente feito de jogos exclusivos, já que a Nintendo está tendo que segurar a onda dele devido ao êxodo da maioria das 3rd parties e está cheio de boas justificativas para você compra-lo, como Super Mario 3D World ou Mario Kart.
Eu ainda poderia argumentar que o que mais vale a pena, tendo em vista até a situação atual da economia do nosso país, é investir num PC. Você vai pagar mais de cara? Vai, mas os jogos estão custando menos da metade do preço em vários exemplos, o que acaba fazendo essa diferença se compensar rapidamente. Aliás, eu ainda acho que o melhor combo para se ter hoje em dia é um Wii U e um PC, exatamente por causa do item acima, onde pegamos exclusivo por exclusivo e chegamos à conclusão de que dá pra contar nos dedos o número de jogos que realmente valem a pena.
Você vai perde-los? Sim, vai, mas não para sempre. Eventualmente os jogadores de verdade (e que têm meios pra isso) acabam adquirindo o segundo console, e é disso que falamos no próximo item.
5. Vale mais a pena esperar alguns anos
Eu comprei o meu Xbox 360 em 2010. Aproveitei uma porrada de jogos nele e realmente não rejoguei nenhum deles no PS3. Quando eu comprei o meu PS3 (lá em 2013) o que eu fiz foi jogar os exclusivos do console, como Uncharted 3 The Last of Us. Naquela altura do campeonato, a maioria deles já havia sido lançada, ou seja, eu meio que já sabia o que eu ia jogar nele. Agora, faltam só o remaster de Shadow of the Colossus, Uncharted 3 e Beyond Two Souls para eu terminar todos os exclusivos que realmente importam para mim no console. Ao comprar o console no fim da vida dele, eu paguei bem menos e ainda consegui a maioria dos jogos em promoção e, sinceramente? De todos os jogos que eu joguei no PS3, imperdíveis mesmo foram Uncharted 2 e The Last of Us. O resto foram boas experiências, mas nada que eu, olhando pra trás, diga, ok, esse é imperdível mesmo.
E geralmente é assim, ainda mais logo que um console é lançado. Como eu ouvi uma vez num episódio de Zero Punctuation, jogos exclusivos geralmente são tipo uma mulher troféu, muito bonitos, mas que servem para poucas coisas além disso, pra mostrar que você tem dinheiro. Quantos jogos daquela nossa lista ali de cima você honestamente quer jogar muito além de Bloodborne ou The Last of Us (caso vocês ainda não tenham jogado no PS3)? Se você conseguir encher uma mão com eles, eu vou ficar impressionado.
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Bom, depois de tudo isso, acho que podemos chegar a um veredito, certo? Ter um Xbox One e um PS4 ao mesmo tempo é um mau negócio e há outras opções bem melhores por aí para investir suas Dilmas antes. Que outros argumentos vocês poderiam usar? E quem discorda, discorda por quê? Deixem seus comentários!
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