Fala, galera, tudo bom com vocês? O artigo de hoje é um pouco diferente do comum. Ao invés de fazer uma lista temática, eu decidi escrever um pouco mais sobre menos coisas hoje: besteiras sobre games que são frequentemente espalhadas por aí e porquê essas coisas são besteiras. Eu não faço ideia de quantos itens esse artigo vai ter, mas acredito que há pano pra manga pra mais de uma parte. Enfim, vamos lá.
1. A pirataria ajudou o PlayStation
Vamos começar por uma grande: “o PlayStation foi ajudado pela pirataria”. Bom, quem ainda acredita nessa, de duas uma, ou não parou dois segundos pra pensar ou é ingênuo. Por que diabos a Sony iria se sentir ajudada se a companhia tinha prejuízo a cada console fabricado?
Para vender mais facilmente um console, as companhias costumam ter uma margem de lucro muito baixa (ou negativa em vários casos) no hardware. Feita essa compra grande, é muito mais fácil você gastar dinheiro comprando jogos e é aí que o lucro entra de fato. Mesmo que a companhia tivesse algum lucro com os consoles que vinham pro Brasil, ele ainda assim era muito baixo e, sendo uma companhia do tamanho que a Sony é, por que eles não investiriam esse dinheiro em algo mais lucrativo do que fazendo caridade e vendendo videogames baratos pros pobres brasileiros?
Se fosse esse mesmo o caso, por que o Dreamcast, console com excelentes jogos e mais fácil ainda de piratear que o PS1, foi um fracasso financeiro tão grande que quase faliu a SEGA?
É claro que uma porrada de consoles em território nacional é potencial para vender software, mas a companhia só conseguiu isso mesmo quando o PS3 e a sua dificuldade de piratear chegaram aqui. Mas muito bem, voltando à afirmação original, o PlayStation vendeu cerca de 102.5 milhão de unidades no mundo todo mundo, com um total de vendas de jogos originais de 962 milhões.
Esses números sim provam o sucesso do console e não a sua facilidade de ser pirateado.
2. Videogames te tornam violento
Casos como o do rapaz acima, que matou a família e depois se matou geralmente são atribuídos à violência que os jogadores encontram em jogos e isso é, obviamente, uma grande besteira, afinal de contas, só comete tal tipo de barbaridade quem tem propensão a isso. É claro que uma pessoa com problemas psicológicos consome mídia “violenta” e isso serve como gasolina para os impulsos dela, mas, se fosse o caso, nós sairíamos por aí comendo erva verde e metendo bala em toda pessoa machucada que víssemos na rua.
Ou ainda, usando uma cena de American Dad sobre uma afirmação semelhante à da violência dos jogos:
Ou seja: as pessoas podem usar as ferramentas que são dadas a elas da maneira como a cabeça delas achar melhor. Como no caso postado hoje pelo Vander, onde uma criança conseguiu frear um carro desgovernado graças ao aprendizado dele em Mario Kart.
3. A pirataria ajuda as empresas porque divulga um jogo deles!
Diga pra empresa de cima isso então. Um dos principais motivos pela falência da SNK foi a pirataria.
4. A pirataria prejudica as empresas porque ninguém paga pelo jogo deles!
Ok, você deve achar que eu estou ficando louco, pois acabei de dizer o contrário no item acima. É, depende muito do caso, mas às vezes alguns jogos são ajudados pela pirataria, quando o desenvolvedor a usa de uma forma inteligente. Como exemplo, podemos usar a Green Hall Games, que criou Game Dev Tycoon.
Para atrair a atenção do público e da mídia, eles liberaram uma cópia pirata do jogo na internet. Como vocês devem saber, o jogo é sobre o desenvolvimento de jogos e, nessa cópia pirata, a sua companhia ia à falência por causa da pirataria que afetava as suas vendas, assim como na vida real.
5. As empresas não deveriam investir em DRM pois quem quiser piratear, pirateia de qualquer forma
Ok, essa é mais um caso onde depende. Hoje em dia, é um inferno piratear um jogo no computador, você tem que baixar o jogo e o crack e rezar para que algum russo não tenha infectado ele com algum vírus que vá fazer você mandar emails de aumento peniano para todos os seus amigos.
Esse é um dos principais fatores pelo qual a Steam dá tão certo até aqui no Brasil, terra do “mas tem que pagar?”: a facilidade com a qual você compra um jogo. É só dar dois ou três cliques e começar o download. Não tem como ser mais fácil do que isso, você paga (e pouco, porque é um serviço muito barato) para não se incomodar e não correr riscos.
Outro fator desse “não se incomodar” são os métodos como as empresas podem evitar que o jogo seja pirateado, ou seja, o famigerado DRM. Ele pode ser bem implementado, como o escorpião imortal de Serious Sam, ou muito mal implementados, como a necessidade de ficar sempre conectado em SimCity.
No primeiro caso, o DRM cumpre a sua função sem atrapalhar a vida do jogar, que acaba pagando exatamente para isso, para não se incomodar. Já no segundo caso, você paga e se incomoda, ou seja, o DRM acaba dando mais vontade ainda de piratear e de que a empresa vá à falência por adotar práticas nojentas como essa.
A verdade é que tudo depende de como a empresa vai lidar com quem tentar burlar as regras e como isso vai afetar quem joga pelas regras. O DRM ideal seria algo que não atrapalhasse quem paga e tornasse o jogo injogável para quem não paga.
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Enfim, essas são as besteiras dessa primeira parte. Concorda? Discorda? Os comentários estão aí para vocês. Se alguém tiver sugestões de temas que podem ser abordados num próximo artigo (eu sei, fiquei mais na questão da pirataria, mas é que tem vezes que eu me contorço por dentro lendo algumas coisas, seja aqui, seja em outros lugares), é só sugerir também.
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