Se fôssemos fazer uma linha do tempo dos jogos, uma coisa é certa: Muitos gêneros tiveram seus momentos de auge. A era dos RPG’s, a era Beat ’em Up, dos jogos de plataforma e, mais recentemente, a era dos shooters são apenas alguns exemplos que podem ser dados. Parece que certos gêneros simplesmente são a fonte da riqueza em alguns momentos, mas acabam sendo levemente esquecidos com o passar do tempo e lançamentos pouco satisfatórios. O melhor exemplo disso na história recente são os jogos musicais.
O começo de tudo
Jogos musicais e rítmicos já existiam há tempos. Parappa, The Rapper, o simpático cachorro que fez sua estreia no PS1, está entre meus personagens de videogame preferidos na infância, e até hoje eu me pego cantarolando algumas das músicas do jogo, que incentivava combinações de comandos simples porém sincronizados com o ritmo do rap do cachorro, com letras até um pouco didáticas, mas igualmente viciantes. O “boom” do gênero, porém, tem nome e ano bem definidos: O ano é 2005 e o nome é Guitar Hero.
Da explosão à queda
O título chegou ao PS2 de forma explosiva e conquistou sucesso instantâneo. Afinal, quem nunca quis ser o guitarrista de uma grande banda de rock? Agora você podia se sentir vivendo esse sonho, com o seu joystick ou com o controle em forma de guitarra criado especialmente para o jogo. Sequências eram inevitáveis, e logo mais jogos da série foram saindo, sempre com melhorias e listas de músicas mais e mais variadas. Quanto mais a lista aumentava, as vendas também cresciam, e a receita para o sucesso estava lá, trazendo resultados.
Era só uma questão de tempo para que um concorrente aparecesse, e eis que Rock Band foi lançado com um diferencial: Não só guitarra e baixo, mas todos os instrumentos básicos de uma banda estavam lá, a sua disposição, mesmo que sem suporte ao joystick, tornando o uso dos periféricos próprios algo obrigatório (e caro).
A guerra havia começado oficialmente, e Guitar Hero virou um jogo anual, posteriormente adotando formato semelhante ao do rival, até acabar ficando saturado e ser cancelado em 2010.
Desde então, Guitar Hero é um nome lembrado com certa saudade e um toque de frustração, como uma série que acabou destruída pelo excesso. Quanto ao seu adversário, a franquia não foi oficialmente descontinuada, mas não tem nenhum lançamento previsto ou título anunciado.
Mudança de rumo?
Lógico que Guitar Hero e Rock Band não são os únicos jogos a figurar na lista de títulos bem sucedidos no gênero, mas eles são uma categoria à parte. Enquanto esses batalhavam a cada solo de guitarra, títulos portáteis como o excelente (Pata-Pata) PataPon conquistavam seu público com uma mecânica diferente, tão bem adaptada para portáteis quanto Theaterythm, que pode não ser um grande título por aqui, mas faz grande sucesso no mercado asiático.
Porém, voltando aos instrumentos, algo fica claro com a queda de Guitar Hero: As pessoas não querem mais simplesmente apertar botões e ouvir um som ou ver seu personagem se movimentando. Eles querem fazer a coisa de verdade. Jogos de dança mais realistas, como Just Dance e Dance Central cresceram no mercado, e nasceu Rocksmith, o jogo musical com instrumentos de verdade.
Rocksmith, jogo autointitulado como o novo método eficiente de aprender guitarra, veio pra acabar com a mesmice. Nada de apertar combinações de botões que não demonstravam a verdadeira dificuldade de execução da música. Aqui, você pluga uma guitarra no console (ou no PC) e aprende a tocar a música. Se está sendo um sucesso em vendas? Não exatamente, mas o título está longe de causar prejuízos, e mostra uma sobrevida para jogos musicais.
Em resumo, os games musicais morreram? Não, mas é bem provável que jamais voltem a ser o grande sucesso de antes. Pelo menos, não da forma que vimos em 2005.
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