Olá, queridos! Como foi o carnaval? Quero me desculpar pela ausência semana passada (a quem se importar), juro que tinha preparado até um especial de Nicolas Cage – afinal no carnaval pode tudo, mas acabaram acontecendo um milhão de coisas, e prometo, vem novidade bacana por aí.
Antes de irmos às indicações dessa semana, queria falar um pouquinho sobre o Oscar (pq se Rubens Ewald Filho pode eu tbm posso)… Quem acompanhou, deve ter sentido aquela vontade imensa de ver todos os filmes que ainda não chegaram aqui pra nós (como Still Alice e o vencedor Birdman). Eu, sinceramente, não assisti nem o G. H. Budapeste ainda, mas só pelo que andei catando e lendo, a Academia acertou dessa vez – apesar de todos termos ficado com pena de Boyhood , que demorou 12 anos para ser filmado e perdeu para o Beetlejuice, vulgo Michael Keaton, mas, nãosepodetertudonavida.
Quero aproveitar as indicações ao longo desse mês para puxar um pouquinho das referências – diretas e indiretas – que o Oscar fez (inclusive os clássicos – quem viu Lady Gaga revivendo “The Sound of Music” sabe que valerá a pena. Birdman, por exemplo, eu não assisti ainda por falta de tempo. Falta de 2h? Não! É que é um daqueles filmes cheios de referências pelo que eu entendi (tipo Kill Bill só que não). E eu sou dessas que curte entender tudo.
É óbvio, que para isso eu vou ter que fugir um pouco do catálogo do Netflix. Mas vai ser só um filme por postagem (vou classificar como “Oscar”), e vocês conseguem encontrar rapidinho né? Todo mundo aqui é nerd o suficiente pra isso.
Chega de blábláblá:
Meia Noite em Paris (Netflix)
“Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido..”
Uma das melhores produções modernas de Woody Allen. Posso dizer só isso?
Não sou muito fã de Owen Wilson, mas aqui ele está de parabéns. Boêmio, o personagem descobre que em suas andanças por Paris, à meia noite é transportado para os anos 20, onde bate um papo com ninguém mais ninguém menos que Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, e Salvador Dali. O demais são os diálogos com esses personagens, na visão moderna de Woody Allen.
É um filme maravilhoso, ponto. E o melhor, consegue retratar o charme de Paris colocando “Paris, eu te amo” na sola do chinelo. Vale a pena em mil sentidos <3
As Vantagens de ser Invisível (Netflix)
“Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Sua professora de literatura, no entanto, acredita nele e o vê como um gênio. Mas Charlie continua a pensar pouco de si… até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele..”
De rir, de chorar, de querer a trilha sonora todinha, e cheio de surpresas. Charlie sofre de depressão, por motivos que vão te fazer ficar de boca aberta no final do filme. Com a lindinha da Emma Watson (que em breve, representará a Bela de “A Bela e a Fera” nos cinemas), e com o maravilhoso Ezra Miller (Precisamos falar sobre Kevin), pra mim é um dos filmes que melhor retrata a depressão. E não tô falando de choradeira, nem de Garota Interrompida, tô falando dos altos e baixos, das fugas e dos segredos, do mundo próprio que cada um tem dentro de si.
Lindo lindo, conta com David Bowie e The Smiths ao fundo pra ajudar. É um queridinho da minha prateleira, e pra quem gostar, recomendo o livro. Ao longo do filme vocês vão ver que Charlie escreve inúmeras cartas a um amigo, e o livro (na versão original, em inglês), trata-se da junção dessas cartas. A história toda se monta a partir dos relatos de Charlie, cheios de frases de impacto e reflexões totalmente relevantes. Cada detalhe importa.
Quem assistir e não tiver vontade de atravessar um túnel ouvindo Heroes, é porque não entendeu.
Sejam infinitos
La Dolce Vita (Oscar – In Memoriam de Anita Ekberg)
https://www.youtube.com/watch?v=FSe3ohSem70
“Em Roma Marcello Rubini (Marcello Mastroianni) é um jornalista que escreve fofocas para os tablóides sensacionalistas. Ele anseia ser um escritor sério mas, como tantos, nunca consegue escrever qualquer coisa mais profunda além do que ele normalmente escreve para viver. Em uma boate Marcello conhece uma herdeira rica, Maddalena (Anouk Aimée), que sofre por sentir um enorme tédio pois tudo a chateia, e ela constantemente está à procura de excitações novas. Juntos pegam uma prostituta e passam a noite fazendo um menage à trois no quarto da meretriz. Quando Marcello volta para casa encontra sua costumeira amante, Emma (Yvonne Furneaux), que tinha tomado uma overdose de pílulas para dormir. Marcello se apressa em levá-la até o hospital onde ele fica seguro que Emma se recuperará, apesar dela estar ainda muito deprimida. Marcello então corre para cobrir no aeroporto a vinda de Sylvia Rank (Anita Ekberg), uma nova atriz de Hollywood. Logo Marcello fica mais íntimo de Sylvia e é tudo que ele deseja, pois está totalmente fascinado pela beleza dela. Assim percorrem juntos os pontos turísticos de praxe, como a Praça de São Pedro, as Termas de Caracalla e a Fonte de Trevi..”
Estou me arriscando aqui. 1960 e preto e branco. Reduzi a Sinopse porque esses filmes antigos meio que contam a história toda nesses resumos. Anita Ekberg faleceu no ano passado e foi homenageada no Oscar desse ano. Além de ter sido uma atriz maravilhosa e lindíssima, foi dirigida por Fellini em algumas das cenas mais famosas do cinema (acreditem, até Susana Vieira já TENTOU reproduzir a cena do banho na Fonte de Trevi.
Tenho paixão por filmes italianos (aliás, a quem interessar, assistam também Cinema Paradiso), mas La Dolce Vita foi o longa que emplacou a Itália no mercado cinematográfico (Roberto Benigni não teria ganho o Oscar, se Fellini não tivesse apresentado o cinema italiano aqui).
Não quero entregar muito a história, afinal, a sinopse já faz isso muito bem feito, mas, quem se encanta pelo glamour do cinema dos anos 50/60, tem obrigação de assistir. Quem já foi à Itália, também. Reconhecer lugares históricos sob essa direção, e ter a oportunidade de rever cenas tantas vezes representadas já vale o filme inteiro – e acreditem, vocês vão reconhecer muitas delas e saber de onde veio.
Outro ponto bacana analisando La Dolce Vita, e de novo, em ênfase à Anita Ekberg, é a diferença histórica dos padrões de beleza. Anita não tem cinturinha 50, mas eu desafio qualquer homem a não achar ela maravilhosa.
Fellini pra mim é referencia obrigatória, e não se deixem levar pela falta de cor. A direção de arte vai muito além disso, o roteiro dramático e divertido ao mesmo tempo deixa esquecer as modernidades do Full HD. E aliás, é o que dá o charme. Tipo ouvir Gardel em vinil, sabe? Muda tudo.
Prestem atenção também à quebra de paradigmas, visto o contexto histórico. É filme de boêmio (na melhor época da boemia), que conquistou o mundo – mais que merecidamente. Boêmios e Bom Vivants: assistam.
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Bom galera, por hoje é isso. Devo estar com o meu blog em breve, com mais artigos e novidades; Agora, especificamente sobre cinema, gostaria de saber de vocês o que preferem. O blog mesmo, ou um canal no Youtube?
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Respondam a enquete, afinal, é procês né!
Bjs e até semana que vem.
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