Zeke Yeager em Attack on Titan é uma das figuras mais complexas e ambíguas de toda a série. Num mundo dominado por Titãs gigantes e um ciclo constante de guerra e dor, Zeke se destaca não apenas por sua força e inteligência, mas também por sua ideologia extrema. Filho de dois revolucionários Eldianos, ele se tornou peça-chave na trama ao longo das temporadas, transitando entre vilão, aliado e vítima das circunstâncias.
Sua trajetória envolve manipulação, traição, arrependimento e, acima de tudo, uma proposta radical para encerrar o sofrimento dos Eldianos. Entender sua história é essencial para compreender os conflitos ideológicos que movem Attack on Titan.
A origem de Zeke Yeager e sua ascensão em Marley
Zeke nasceu na zona de internação de Liberio, sob o domínio de Marley. Seus pais, Grisha Yeager e Dina Fritz, pertenciam ao movimento Restauracionista Eldiano. Desde cedo, ele foi pressionado a seguir os ideais do grupo, mas, isolado emocionalmente e sob a influência do pesquisador marleyano Tom Ksaver, Zeke acabou denunciando os próprios pais às autoridades — um ato motivado mais por medo e carência de afeto do que por convicção ideológica.
Após a traição, Zeke foi integrado ao programa de guerreiros de Marley e recebeu o Titã Bestial. Seu poder se mostrou único: além de arremessar projéteis com precisão mortal, ele podia transformar Eldianos em Titãs Puros após injetá-los com seu fluido espinhal — e controlá-los com um simples grito, graças ao seu sangue real.
Como comandante, Zeke se destacou em batalhas, como na luta em Shiganshina, onde sua estratégia causou baixas devastadoras. Oficialmente, ele agia em nome de Marley. Mas nos bastidores, Zeke elaborava um plano sombrio: a eutanásia dos Eldianos.
O plano da eutanásia e o embate com Eren Yeager
Zeke acreditava que a única forma de romper o ciclo de dor era impedir que os “Sujeitos de Ymir” tivessem filhos — erradicando assim a linhagem de Titãs. Para isso, precisava do poder do Titã Fundador, detido por seu meio-irmão Eren. Como Eren não possuía sangue real, era necessário que ele e Zeke estivessem em contato físico para acessar o espaço metafísico chamado Coordenada.
Inicialmente, os dois fingem cooperar, mas cada um esconde suas verdadeiras intenções. Zeke pretendia executar seu plano de esterilização em massa; Eren, por outro lado, visava libertar Paradis da opressão global, mesmo que para isso precisasse destruir o mundo exterior com o Retumbar.
Na Coordenada, Zeke tenta mostrar a Eren que seu pai os manipulou. No entanto, é o próprio Eren quem, em um paradoxo temporal, influencia as ações de Grisha. A partir desse confronto, fica claro: Zeke busca liberdade pelo controle, enquanto Eren busca liberdade pela destruição.
O destino final de Zeke em Attack on Titan
Apesar de suas intenções extremas, Zeke é um personagem marcado pela dor e pela busca por significado. Um momento simbólico ocorre em sua conversa com Armin, na Coordenada, quando falam sobre jogar bola — uma lembrança ligada à sua infância com Ksaver. É nesse instante que Zeke começa a compreender o valor da vida e das conexões humanas.
Com o início do Retumbar, Zeke testemunha os horrores que o poder descontrolado pode causar. Cansado e resignado, ele se materializa fora do corpo do Titã Fundador e se entrega ao destino. Levi Ackerman, que havia jurado matá-lo, aproveita a chance e o decapita — encerrando não só a vida de Zeke, mas também o elo entre Eren e o poder do Fundador.
Esse ato permite que a Aliança tenha a abertura necessária para derrotar Eren e encerrar o ciclo de destruição — não como um triunfo, mas como uma decisão amarga para preservar o que resta.
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