Os fãs de Chainsaw Man precisam parar de romantizar esta personagem

Makima é uma das personagens mais controversas do anime moderno. Seu desejo insaciável por poder e sua habilidade em manipular todos ao seu redor fazem dela uma das vilãs mais complexas — e mais perturbadoras — de Chainsaw Man. Mesmo assim, parte do fandom insiste em romantizar seu comportamento abusivo, tratando-a como uma figura idealizada, quando na verdade ela representa tudo o que há de mais destrutivo nas relações de controle e dominação.

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Makima não é apenas manipuladora — ela é o pior pesadelo de Denji. Como o Demônio do Controle, Makima se alimenta do medo da submissão e da perda de autonomia. Sua aparência calma e acolhedora é apenas uma máscara para esconder a natureza cruel e invasiva de sua verdadeira essência. Personagens como Denji, emocionalmente frágeis e carentes, tornam-se vítimas perfeitas para sua manipulação, confundindo afeto com dominação. Os elogios doces, o tom gentil e os gestos de carinho não passam de armadilhas emocionais cuidadosamente calculadas para criar dependência.

A dinâmica entre Makima e Denji é um espelho das formas reais de abuso psicológico. Makima utiliza o afeto como moeda de troca, corrompendo o conceito de amor e reduzindo suas vítimas a ferramentas sem vontade própria. Ela transforma confiança em submissão, carinho em obediência e esperança em desespero. Por isso, é profundamente problemático que parte dos fãs continue a defendê-la ou a descrevê-la como “incompreendida”.

Makima não foi feita para ser amada

O autor Tatsuki Fujimoto nunca criou Makima para ser adorada. Ela é a personificação do medo do controle, um símbolo de como o poder pode corromper e destruir completamente a liberdade de um indivíduo. Amar Makima significa ignorar a mensagem central da obra: o perigo da idolatria e da entrega cega à dominação.

Mesmo após seus atos mais cruéis, como as manipulações e assassinatos no Arco da Reze, Makima continua sendo defendida por uma parcela de fãs que confundem frieza e autoridade com carisma. Essa romantização reflete não apenas um erro de interpretação, mas também uma perigosa naturalização do abuso disfarçado de afeto.

Makima não é uma femme fatale, nem uma anti-heroína. Ela é uma vilã irredimível, construída para causar desconforto e reflexão. Sua crueldade não busca empatia — busca reconhecimento como aquilo que realmente é: o medo do controle transformado em forma humana.

Gostar de Makima como vilã é compreensível. Adorá-la como figura ideal é ignorar o propósito de sua existência. Fujimoto criou um monstro fascinante, e parte do impacto de Chainsaw Man vem justamente da forma como ele obriga o público a confrontar esse fascínio doentio.

Você pode assistir a Chainsaw Man no Crunchyroll.

Eric Arraché
Eric Arrachéhttps://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.