No universo dos animes shonen, é comum ver protagonistas começarem sua jornada sendo desacreditados e sozinhos, para depois conquistarem respeito e poder. Isso acontece com personagens como Asta em Black Clover ou Sung Jinwoo em Solo Leveling. Mas no caso de Naruto, há um elemento a mais: o preconceito estrutural da Vila da Folha contra o jovem Uzumaki.
Esse preconceito vai além da desconfiança ou medo. Ele molda não só a forma como Naruto criança é tratado pelos adultos, mas também como seus próprios colegas o enxergam. Um dos momentos mais marcantes que evidencia isso ocorre justamente durante o Exame Chunin.
A prova do desprezo por Naruto criança no Exame Chunin
Durante a fase da Floresta da Morte no Exame Chunin, Naruto fica inconsciente e em perigo. Em vez de correrem para ajudá-lo, Shikamaru e Choji demonstram apatia. Eles pensam em seguir adiante, deixando Naruto para trás. Foi preciso a intervenção de Ino para que os dois mudassem de ideia e considerassem a possibilidade de ajudar seu colega.
Esse momento é especialmente simbólico porque mostra que, mesmo entre aqueles considerados “amigos” de Naruto, havia uma barreira emocional que impedia o vínculo verdadeiro. A rejeição que o personagem sofre desde pequeno não vem só dos civis da vila – ela permeia até mesmo as relações dentro do seu próprio grupo.
A raiz do preconceito contra Naruto criança vem do fato dele carregar a Raposa de Nove Caudas selada em seu corpo. Apesar de ter sido ele o receptáculo que salvou a Vila da Folha da destruição, Naruto é tratado como uma ameaça ambulante. O medo irracional de que ele perdesse o controle e atacasse a vila fez com que a maioria dos moradores o evitasse, o odiasse e o tratasse como se ele fosse o próprio monstro.
Esse medo contaminou as próximas gerações. As crianças criadas por adultos preconceituosos herdaram esse desprezo, e mesmo quando tentavam conviver com Naruto, havia um distanciamento velado. O Uzumaki, por sua vez, buscava aceitação se comportando de forma engraçada e exagerada — o que, na visão dos outros, apenas reforçava a ideia de que ele era um incômodo.
Mesmo personagens como Iruka, Shikamaru e Choji, que mais tarde demonstram carinho por Naruto, iniciaram suas relações com ele baseados em desconfiança ou repulsa. Iruka, por exemplo, o rejeitava no início, culpando inconscientemente o garoto pela morte dos pais. Já Shikamaru e Choji não viam Naruto como um verdadeiro amigo, e o episódio do Exame Chunin é prova disso: a primeira reação deles ao ver Naruto desacordado foi deixá-lo para trás.
Essa atitude reflete o preconceito sistemático de Konoha, onde Naruto sempre foi visto como descartável. Mesmo quando ele demonstrava valor, ainda existia um limite invisível entre ele e os demais.
Hoje, é fácil lembrar de Naruto como o herói que conquistou o respeito de todos, que virou Hokage e mudou o mundo ninja. Mas sua infância foi marcada por abandono, preconceito e solidão. O Exame Chunin é só um exemplo de como, mesmo entre “amigos”, Naruto criança era visto como um fardo.
Reconhecer esses momentos é importante para entender o impacto emocional da jornada de Naruto e como sua resiliência o tornou não apenas poderoso, mas também alguém que quebrou as barreiras do ódio dentro de Konoha.
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Naruto Shippuden foi exibido entre os anos de 2007 e 2017 e contando a segunda fase do anime.
Nela, Naruto retorna após dois anos de treinamento com a missão de combater a Akatsuki e então resgatar Sasuke das garras de Orochimaru.
Enquanto isso, a Akatsuki começa sua busca pelas Bijuus e o mundo ninja está prestes a enfrentar a maior crise que já viu em sua história.
Ao todo, o anime tem 500 episódios (incluindo os fillers de Naruto Shippuden), e finaliza a história de Naruto, Sasuke, Sakura e Kakashi. Além disso, o anime prepara o terreno para a continuação direta da história.
Você pode acompanhar Naruto na íntegra no Crunchyroll.
