Quando Fire Force estreou em 2019, muita gente, inclusive eu, ficou empolgada com os trailers cheios de ação e com o fato de o estúdio David Production, responsável por JoJo’s Bizarre Adventure, estar por trás da animação. Mas depois de algumas temporadas no ar, surge a pergunta: Fire Force vale a pena assistir?
A resposta curta é: sim, Fire Force vale a pena. Mas para aproveitar ao máximo, é melhor assisti-lo como uma obra independente, sem compará-lo diretamente com Soul Eater, apesar de ambos serem criações de Atsushi Ohkubo. A narrativa de Fire Force tem um tom diferente e se sustenta muito bem por conta própria.
Um começo lento, mas que recompensa
O anime é baseado no mangá homônimo, considerado a obra final do autor. A história começa devagar, estabelecendo o mundo, a mitologia e os personagens, mas ganha ritmo rapidamente depois dos primeiros episódios. É uma combinação de ação e comédia típica dos shounen, embora o fanservice excessivo (especialmente nas piadas envolvendo a personagem Tamaki) possa incomodar.
Ainda assim, há momentos realmente engraçados e descontraídos, como o episódio do calendário dos bombeiros, que mostram que a série também sabe brincar com sua própria proposta.
Desenvolvimento dos personagens e animação impecável
Fire Force mostra seu verdadeiro potencial na segunda metade da primeira temporada. O elenco secundário, que inicialmente parecia subaproveitado, ganha destaque com personagens como Vulcan, Arthur e Benimaru — este último é um dos pontos altos do anime, com episódios memoráveis e um carisma único.
E quando o assunto é animação, David Production entrega um espetáculo visual. As cenas com fogo são incrivelmente bem feitas, com chamas que têm peso, movimento e emoção. O contraste entre cenários sombrios e as luzes das chamas cria uma atmosfera estilosa e diferente de tudo no gênero.
Um conceito criativo para o shounen
A ideia de bombeiros sobrenaturais lutando contra infernais é, por si só, refrescante para o gênero. Mas Fire Force vai além, abordando temas mais profundos, como fé, dor, redenção e a corrupção dentro de instituições, representada pelo Templo da Sol Sagrado. A história não é só um show de ação: ela também provoca reflexões sobre poder e manipulação da crença.
Os únicos pontos realmente negativos são o fanservice desnecessário e o ritmo inicial mais arrastado. Mas isso não apaga o mérito da obra: Fire Force é ousado, estiloso e melhora bastante conforme a trama avança.
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