Possivelmente o item mais importante no universo de BLEACH devido ao seu impacto no desenvolvimento da trama principal e nas explorações temáticas, o Hōgyoku é um dos elementos mais misteriosos e cruciais da série. Na verdade, a maior parte de BLEACH gira em torno da busca e uso subsequente do Hōgyoku pelo antagonista da série, Sōsuke Aizen, para alcançar seu objetivo de transcender a fronteira entre Shinigami e Hollow.
O artefato foi deliberadamente escondido na alma de Rukia Kuchiki durante os primeiros dias na saga do Substituto Shinigami, e Aizen orquestrou os eventos da saga da Soul Society para extraí-lo dela através de sua execução com o Sōkyoku. Mas por que Aizen estava tão desesperado para obtê-lo? O que exatamente é o Hōgyoku?
Contexto
O termo Hōgyoku refere-se à concepção de Kisuke Urahara e Sosuke Aizen de um meio que permitiria a uma alma transcender suas limitações; mais especificamente, transcender a fronteira entre Shinigami e Hollow. Cerca de 101 anos antes da deserção de Aizen, Urahara e Aizen criaram seus próprios Hōgyoku, mas estes estavam incompletos, e Aizen era muito mais ambicioso em sua pesquisa. Ele alimentou as almas de inúmeras pessoas em Rukongai e as almas de seus colegas Shinigami para investigar suas propriedades e em breve entrou em contato com a pesquisa de Urahara, levando Aizen a planejar roubar o segundo Hōgyoku e combiná-lo com o seu próprio para criar um Hōgyoku aperfeiçoado. Ele elaborou um experimento no qual usou os poderes do Hōgyoku para forçar Shinji Hirako e outros Shinigami de alto escalão a passar por Hollowficação.
Na época, Urahara era Capitão da 12ª Divisão, a divisão de Pesquisa e Desenvolvimento, e tentou usar seu Hōgyoku incompleto para reverter a Hollowficação, mas falhou. Aizen então incriminou Urahara pelo experimento e retratou suas vítimas como criminosos que buscavam obter poder proibido. Eles escaparam da Soul Society com a ajuda de Urahara e estabeleceram seu próprio grupo de Shinigamis Hollowfied conhecido como “os Visored”. No Mundo dos Vivos, Urahara tentou destruir seu Hōgyoku, mas falhou, optando por escondê-lo dentro do Gigai de uma inconsciente Rukia Kuchiki. Desesperado, ele o desativou e o enterrou profundamente na alma de Rukia Kuchiki, sem o conhecimento dela. Ele então lhe deu um Gigai especial que lentamente a transformou em uma alma humana comum, na esperança de que o Hōgyoku pudesse ser escondido para sempre. Infelizmente para Urahara, Aizen estava vários passos à frente e havia traído a Soul Society muito antes que alguém soubesse o que estava acontecendo.
Traição
Aizen sabia que Urahara havia escondido seu Hōgyoku em Rukia, porque ele foi quem a enviou para a Cidade de Karakura em primeiro lugar, sabendo que ela inevitavelmente se envolveria com Ichigo, seria trazida de volta à Soul Society e julgada como criminosa. Aizen assassinou os 46 membros do Conselho Central, o principal órgão governante dentro do Seireitei que expressa a vontade do Rei das Almas, e usou sua Zanpakutō Kyōka Suigetsu para se passar por eles. Assim, Aizen manipulou o processo no caso envolvendo a quebra de várias leis por Rukia Kuchiki, mais notavelmente a que proíbe a troca de poder entre Shinigami e Humanos, e pediu sua execução pelo Sōkyoku, a punição mais extrema, pois essa arma gera tanto calor que é capaz de evaporar a alma do alvo. Ao fazer isso, Aizen seria capaz de recuperar o Hōgyoku profundamente embutido em Rukia e combiná-lo com o seu próprio; no entanto, a execução foi frustrada. Aizen ainda conseguiu extrair o Hōgyoku de Rukia usando o único outro método de extrair artefatos de almas; um dispositivo inventado pelo próprio Urahara.
Após se retirar para Hueco Mundo, Aizen combinou o Hōgyoku que extraiu de Rukia para criar Hollows poderosos que transcenderam a fronteira e adquiriram poderes semelhantes aos de Shinigamis: os Arrancar. Ao usar o Hōgyoku em Hollows da classe Menos altamente evoluídos, Aizen conseguiu criar um exército de Arrancar poderosos, sendo o mais forte deles designado com números de um dígito e chamados de “Espada”. Ao perceber que o item se deteriora um pouco após o uso, Aizen sequestra Orihime Inoue para aproveitar sua habilidade Shun Shun Rikka de reverter repetidamente o Hōgyoku deteriorado e combina o dele com o de Urahara antes de implantar o Hōgyoku “completo” em seu corpo. Como resultado, Aizen passa por algumas transformações durante seu confronto com a Gotei 13 na falsa Cidade de Karakura que havia sido criada para impedir que Aizen sacrificasse as almas de seus habitantes para criar um Ōken, uma chave para o palácio do Rei das Almas.
Manifestação
O que tanto Aizen quanto Urahara inicialmente entenderam mal sobre o Hōgyoku é que eles pensavam que era um artefato mágico que poderia especificamente quebrar as limitações das existências contrastantes de Shinigamis e Hollows; no entanto, o que eles realmente criaram foi um objeto capaz de manifestar os desejos daqueles ao seu redor, desde que tenham a capacidade de realizar esses desejos em primeiro lugar. Para tanto Aizen quanto Urahara, entender a fronteira entre Shinigamis e Hollows era um exercício que eles empreenderam com diferentes objetivos – Urahara inventou o Hōgyoku especificamente para fins de pesquisa para reconciliar as existências de Hollow e Shinigami em uma única entidade, razão pela qual ele adquiriu essa habilidade, mas nunca foi o mecanismo específico por trás do poder do Hōgyoku. Suas propriedades de manifestação de desejos e a aparente seleção de um mestre dependendo das circunstâncias tornam o Hōgyoku estranhamente similar ao Behelit no Berserk de Kentaro Miura.
Vários personagens influenciaram o Hōgyoku e, consequentemente, a sequência de eventos em BLEACH, voluntariamente ou não. Aizen até especulou que a culpa de Rukia pela morte de Kaien Shiba é supostamente o que a levou a ceder todo o seu poder de Shinigami para Ichigo, apesar de ter a intenção de compartilhar apenas uma fração; e até mesmo as habilidades manifestadas pelos amigos de Ichigo, Chad e Orihime, são consideradas a influência do Hōgyoku, que tem sua própria vontade. Assim, o Hōgyoku permitiu que Aizen se transformasse em um ser transcendental por um breve momento antes de ser superado por Ichigo usando o Final Getsuga Tenshō. As propriedades de manifestação de desejos do Hōgyoku não são sem limitações, e o objeto é apenas a força orientadora que pode permitir que milagres aconteçam de acordo com a vontade de quem ele escolhe ouvir.
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