A discussão sobre como Boruto lidou com o poder vindo de Naruto é um dos temas mais polêmicos entre os fãs da franquia. O equilíbrio entre evolução, crescimento e limites sempre foi um dos pilares de Naruto, e é justamente isso que torna o desenvolvimento dos personagens tão marcante. Quando Boruto chegou, a escala de poder mudou tanto que muitos leitores sentiram que algo se perdeu no caminho. Ainda assim, esse processo não aconteceu por acaso.
O resultado dessa mudança é complexo e causado tanto pelo desejo de inovar quanto pela necessidade de manter a história relevante em um mundo já dominado por protagonistas absurdamente fortes.
Como Boruto quebrou o equilíbrio de Naruto

O cenário de Boruto começa após a Quarta Guerra Mundial Shinobi, uma era de paz. Para criar conflitos que realmente importassem, a obra precisou elevar o nível dos antagonistas. Assim surgiram os Ōtsutsuki, seres que ultrapassam praticamente todas as ameaças apresentadas anteriormente, e com eles novos sistemas como o karma.
Isso fez com que o crescimento de Boruto se tornasse acelerado demais. Embora ele fosse apresentado como prodígio, sua evolução acontece tão rápido que chega a superar feitos do próprio Naruto em seu auge. Kawaki passa pelo mesmo processo, eclipsando até Sasuke sem grandes dificuldades.
O problema é que, para que isso parecesse plausível, o anime e o mangá acabaram enfraquecendo os veteranos. Naruto perde Kurama, Sasuke perde seu Rinnegan. São mudanças que diminuem o impacto das lutas e prejudicam a sensação de lógica que sempre marcou os confrontos da franquia.
Por que Boruto teve que romper a escala de poder

Apesar das falhas, é fácil entender o motivo. Ao final de Naruto, o protagonista e seus aliados estavam entre os personagens mais poderosos de toda a ficção shonen. Para criar uma nova geração com desafios próprios, a história precisava ultrapassar esse limite.
Se os vilões fossem medianos, Naruto e Sasuke resolveriam tudo em minutos, e a nova geração não teria relevância nenhuma. Portanto, Boruto precisou apresentar novas tecnologias, ferramentas e ameaças para manter o interesse do público.
O problema é que, ao fazer isso, a obra entrou no mesmo ciclo vivido por outras histórias shonen: a escalada infinita. Dragon Ball, por exemplo, já passou por esse desafio. Quando tudo é cada vez maior, mais rápido e mais forte, é difícil manter o enredo coerente.
Onde Boruto falha na execução
O maior ponto negativo não é a ideia em si, mas a forma como tudo foi apresentado. A evolução de Boruto e Kawaki não tem o peso emocional ou narrativo que fez o crescimento de Naruto ser tão marcante. As perdas de Naruto e Sasuke parecem forçadas, feitas apenas para equilibrar artificialmente a balança.
Com isso, a escala de poder perde consistência. Personagens ganham e perdem força de forma abrupta, sem progressão clara.
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Naruto Shippuden foi exibido entre os anos de 2007 e 2017 e contando a segunda fase do anime.
Nela, Naruto retorna após dois anos de treinamento com a missão de combater a Akatsuki e então resgatar Sasuke das garras de Orochimaru.
Enquanto isso, a Akatsuki começa sua busca pelas Bijuus e o mundo ninja está prestes a enfrentar a maior crise que já viu em sua história.
Ao todo, o anime tem 500 episódios (incluindo os fillers de Naruto Shippuden), e finaliza a história de Naruto, Sasuke, Sakura e Kakashi. Além disso, o anime prepara o terreno para a continuação direta da história.
Você pode acompanhar Naruto na íntegra no Crunchyroll.

