Boruto: Two Blue Vortex pode finalmente ter corrigido um dos maiores problemas da série original Naruto, especialmente no tratamento das personagens femininas.
Desde o início, Naruto foi criticado por apresentar protagonistas femininas com papéis limitados ou mal desenvolvidos, como é o caso de Sakura Haruno, cuja relevância narrativa sempre foi contestada.
A fragilidade das personagens femininas em Naruto
O maior problema de Naruto em relação às mulheres está na forma como suas motivações são quase sempre atreladas a personagens masculinos. Sakura, mesmo sendo uma das personagens mais fortes de Naruto e parte do trio principal, teve seu desenvolvimento constantemente sufocado por sua obsessão por Sasuke. Sua tentativa de manipular Naruto emocionalmente com uma falsa confissão e sua tentativa desastrosa de matar Sasuke são exemplos emblemáticos de sua fragilidade como personagem ativa na trama. Outras personagens, como Ino, também foram subaproveitadas, reforçando rivalidades infantis e sem impacto.
Sarada e Himawari mostram um novo caminho
Em Boruto: Two Blue Vortex, Sarada Uchiha representa uma ruptura clara com esse padrão. Seu despertar do Mangekyō Sharingan foi motivado não por sofrimento ou trauma, mas por seu desejo sincero de proteger Boruto. Isso não apenas redefine o conceito do poder dos Uchiha, mas também posiciona Sarada como uma peça-chave no novo enredo. Sua conexão emocional é usada como força, e não fraqueza.
Himawari, por sua vez, foi revelada como hospedeira do poder da Raposa de Nove Caudas, o que a coloca no centro do conflito principal envolvendo Boruto, Kawaki e os vilões que ameaçam Naruto. Sua relevância narrativa tende a crescer, principalmente por representar um elo emocional entre os personagens principais.
Enquanto Naruto falhou em dar protagonismo real às mulheres de seu universo, Boruto está pavimentando um novo caminho ao construir personagens femininas com agência, motivação própria e impacto genuíno na história. Se o mangá mantiver essa direção, Sarada e Himawari podem se tornar os pilares que faltaram à geração anterior.
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