A “profecia do escolhido” estragou a jornada de Naruto?

O arco do Naruto como o Escolhido ainda levanta discussões entre os fãs da série, especialmente por parecer contradizer a base de sua construção como um protagonista que superava tudo com esforço. Introduzida em Naruto Shippuden, a profecia dita por Fukasaku colocou Naruto como o “Filho da Profecia”, o herói predestinado a salvar o mundo ninja. A pergunta é: isso prejudicou sua narrativa como um verdadeiro azarão?

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A profecia contradiz o esforço que definiu Naruto

Durante a fase clássica de Naruto, o personagem cresceu como símbolo de superação. Desde a luta contra Mizuki até a emblemática batalha contra Neji, Naruto nunca teve facilidades. Era rejeitado pela vila, não tinha talentos natos e precisou conquistar tudo com treino, persistência e vontade. Sua vitória contra Neji foi especialmente significativa por representar a quebra da ideia de destino absoluto – ironicamente, a mesma ideia que a profecia posterior reforçaria.

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Quando Shippuden introduz a profecia, a narrativa parece redirecionar seu foco. Naruto agora carrega uma missão definida pelos céus, tornando sua trajetória menos espontânea. A ligação com o Eremita dos Seis Caminhos e os paralelos com Ashura e Indra reforçam uma trama de predestinação que enfraquece a construção do herói como alguém que fazia sua própria sorte.

Embora a revelação da profecia não apague o esforço do protagonista, ela dilui parte do impacto emocional das conquistas anteriores, especialmente para quem acompanhou Naruto desde os tempos em que ele era apenas o pária da Vila da Folha.

Naruto sempre foi guiado pelo coração, não pelo destino

Reprodução: Naruto

Apesar da profecia, Naruto manteve sua essência. Suas decisões mais importantes não vieram da ideia de que ele era o salvador, mas da empatia, da dor e da lembrança daqueles que o moldaram. Derrotar Pain não foi um ato guiado por destino, mas sim pela dor compartilhada com Jiraiya. Salvar Sasuke não foi uma obrigação mística, mas sim o reflexo de sua lealdade incondicional.

Cada ação significativa partiu de um sentimento humano, não de uma missão divina. Naruto se manteve fiel à sua origem até o fim – alguém que acredita nas pessoas, que não desiste dos outros e que vence mais pela emoção do que pela força. A profecia apenas adicionou uma camada mitológica à sua jornada, mas não redefiniu quem ele era.

Portanto, embora a reviravolta do “Escolhido” traga uma contradição temática com o início da série, Naruto não perdeu sua essência. O peso emocional de suas escolhas ainda é guiado por sua humanidade, não por um papel celestial.

Confira também:

Naruto Shippuden foi exibido entre os anos de 2007 e 2017 e contando a segunda fase do anime.

Nela, Naruto retorna após dois anos de treinamento com a missão de combater a Akatsuki e então resgatar Sasuke das garras de Orochimaru.

Enquanto isso, a Akatsuki começa sua busca pelas Bijuus e o mundo ninja está prestes a enfrentar a maior crise que já viu em sua história.

Ao todo, o anime tem 500 episódios (incluindo os fillers de Naruto Shippuden), e finaliza a história de Naruto, Sasuke, Sakura e Kakashi. Além disso, o anime prepara o terreno para a continuação direta da história.

Você pode acompanhar Naruto na íntegra no Crunchyroll.

Valteci Junior
Valteci Junior
Me chamo Valteci Junior, sou Editor-chefe do Critical Hits, formado em Jogos Digitais e escrevo sobre jogos e animes desde 2020. Desde pequeno sou apaixonado por jogos, tendo uma grande paixão por Hack and slash, Souls-Like e mais recentemente comecei a amar jogos de turno e JRPG de forma geral. Acompanho anime desde criancinha e é um sonho realizado trabalhar com duas das maiores paixões da minha vida.